Fundador e CEO da Tesla também classifica algumas marcas da potência asiática como “extremamente boas”
César Tizo - janeiro 29, 2024
Ao que tudo indica, Elon Musk está preocupado com o alto nível de desenvolvimento e avanço das marcas chinesas sobre novos mercados em especial no segmento de carros elétricos.
E o receio do empresário não é sem razão, uma vez que a chinesa BYD ultrapassou a Tesla e tornou-se a líder global na venda de carros elétricos em 2023.
Durante uma conferência com analistas do mercado financeiro para comentar os resultados da Tesla relativos ao quarto trimestre do ano passado, o fundador e atual CEO da fabricante não economizou nas palavras ao comentar sobre os avanços das marcas chinesas.
Musk classificou as fabricantes da potência asiática como as “mais competitivas” e alertou que elas vão obter muito sucesso em mercados fora da China “dependendo das tarifas ou barreiras comerciais que serão estabelecidas“.
“Se não forem estabelecidas barreiras comerciais, eles irão praticamente destruir a maioria das empresas automobilísticas ao redor do mundo. Eles são extremamente bons.”
Elon Musk, CEO da Tesla, ao comentar o avanço das marcas chinesas
Para tentar conter o avanço dos chineses em alguns mercados onde atua, a Tesla realizou recentemente uma profunda redução de preço dos seus automóveis, chegando ao limite para não sacrificar as margens operacionais da empresa.
No campo dos produtos, a Tesla desenvolve o projeto “Redwood”, designação interna para um futuro crossover compacto mais acessível, que deverá ser lançado no segundo semestre de 2025.
Os chineses, por sua vez, conseguem atuar de forma competitiva no setor automotivo graças ao forte controle de custos e o acesso a uma cadeia de fornecedores estável e consolidada.
As falas de Musk também deverão exercer certo peso na campanha presidencial em curso nos EUA.
Do lado democrata, o atual presidente Joe Biden declarou que a China está determinada a dominar o segmento de veículos elétricos e que “não deixará isso acontecer“.
Já o republicano Donald Trump cita que estuda dobrar as tarifas de importação aos EUA para a casa de 10%.
Vale destacar que, em 2023, a União Europeia lançou uma investigação sobre a possibilidade de impor tarifas maiores aos automóveis elétricos importados da China para a região alegando que esses carros são beneficiados por subsídios estatais em sua origem.
