Para cortar custos globais, Stellantis vai reforçar quadro de engenheiros no Brasil
Profissionais, entretanto, ganham cerca de três vezes menos do que seus pares na Europa e EUA
César Tizo - maio 3, 2024
Notícia divulgada na última quinta-feira (2) pela Bloomberg mostra um traço ambíguo do posicionamento de países emergentes, como Brasil e Índia, na estratégia das grandes montadoras globais.
Segundo apurações da agência de notícias, em uma tentativa de reduzir custos e driblar a queda nas vendas em regiões como a Europa, a Stellantis está buscando novos talentos nas áreas de engenharia em países onde o custo da mão de obra é consideravelmente menor em relação aos mercados desenvolvidos.
A solução da Stellantis poderia até ser encarada como uma forma de desenvolver e prestigiar sua equipe de engenharia em países como o Brasil, entretanto chama a atenção na reportagem da Bloomberg a disparidade entre os salários pagos aos engenheiros da empresa por aqui em relação ao que é despendido com os mesmos profissionais nos EUA e Europa.
Linha de montagem da Stellantis no Brasil
O texto relata que a Stellantis paga, em média, o equivalente a cerca de 50.000 euros ao ano para seus engenheiros mais graduados no Brasil, cerca de R$ 275.000 pela cotação atual.
Já na Europa e EUA, os engenheiros recebem cerca de três vezes mais, com remuneração anual na casa de 150.000 ou até 200.000 euros dependendo do cargo.
Não por acaso, segundo cita a Bloomberg, a Stellantis planeja contratar mais 500 engenheiros aqui no Brasil, onde já emprega 4.000 profissionais da área.
Merece destaque a competência de engenheiros e técnicos que atuam no setor automotivo nacional tanto que, mesmo não produzindo mais veículos no Brasil, a Ford preservou em Camaçari, na Bahia, seu Centro de Desenvolvimento e Tecnologia, local que emprega 1.500 profissionais de diferentes setores.
Por fim, ainda segundo a Bloomberg, a Renault pode trilhar um caminho parecido com a Stellantis, conferindo mais espaço para sua subsidiária brasileira no desenvolvimento de novos modelos.
Trabalhador da Stellantis na fábrica de Hordain, na França
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