Após unirem forças para desenvolver novos motores, Toyota e Mazda enfrentam acusações de manipulação em vários testes
César Tizo - junho 3, 2024
A Subaru, a Toyota e a Mazda anunciaram no fim de maio uma parceria estratégica para desenvolver novos motores adaptados à eletrificação e à neutralidade de carbono.
As três empresas pretendem otimizar a integração de motores com baterias e outras unidades de tração elétrica, ao mesmo tempo em que transformam a estrutura dos veículos com motores mais compactos e eficientes.
Esta colaboração visa não apenas melhorar o desempenho dos motores, mas também assegurar a conformidade com regulamentações ambientais cada vez mais rigorosas, utilizando combustíveis neutros em carbono, como combustíveis sintéticos (e-fuel), biocombustíveis e hidrogênio líquido.
Os CEOs das três montadoras destacaram a importância de abordar a neutralidade de carbono com “paixão e propósito”, buscando garantir um futuro sustentável para a indústria automobilística japonesa.
“Alcançar uma sociedade carbono neutra é um desafio que deve ser enfrentado por todas as indústrias e pela sociedade como um todo“, disse Atsushi Osaki, CEO da Subaru. Koji Sato, CEO da Toyota, enfatizou a necessidade de evoluir os motores em sintonia com o ambiente energético do futuro, enquanto Masahiro Moro, CEO da Mazda, reafirmou o compromisso da empresa em desenvolver tecnologias que contribuam para a neutralidade de carbono.
Em contraste com essa parceria inovadora, um novo escândalo emergiu nesta segunda-feira (3) e abalou a confiança nas montadoras japonesas.
Uma investigação aberta pelo Ministério de Terras, Infraestrutura, Transportes e Turismo do Japão (MLIT) revelou irregularidades nos testes de emissões e segurança de vários modelos das fabricantes Toyota, Honda, Mazda e Suzuki desde 2014.
A Toyota admitiu ter submetido dados falsos em testes de segurança para os modelos Corolla Fielder, Corolla Axio e Yaris Cross, além de manipulações em testes de colisão de modelos descontinuados como Crown e Lexus RX.
A Mazda revelou que o software de controle do motor dos modelos MX-5 RF e Mazda2 foi adulterado durante testes oficiais, e a Honda confessou ter falsificado declarações em testes de ruído para 22 modelos descontinuados. A Suzuki, por sua vez, ajustou os números de distância de frenagem do modelo Alto LCV para atender aos padrões legais.
As autoridades japonesas estão realizando investigações nos locais das empresas para confirmar a conformidade dos modelos afetados com as regulamentações e determinar as penalidades adequadas.
A produção, envio e venda dos modelos envolvidos foram temporariamente suspensos, impactando significativamente as operações dessas montadoras.
Essa dualidade entre inovação e escândalo destaca os desafios enfrentados pela indústria automobilística japonesa, que busca se modernizar e liderar a transição para tecnologias mais limpas, enquanto ainda lida com os impactos de práticas inadequadas reveladas em 2023.
