Renault não planeja nova geração do Kwid, revela executivo
Segundo representante da empresa na Índia, novas regras cada vez mais restritivas podem tornar o segmento do Kwid “insustentável”
César Tizo - julho 13, 2024
O atual Managing Director e CEO do Grupo Renault na Índia, Venkatram Mamillapalle, concedeu uma interessante entrevista à Autocar India, na qual coloca em xeque o futuro do Renault Kwid no país.
De acordo com Mamillapalle, as regulamentações cada vez mais rigorosas de emissões e segurança podem tornar insustentável a continuidade a longo prazo do segmento em que o Kwid está inserido. “As regulamentações agregam valor, mas o segmento A [subcompactos] está sofrendo, e não sei por quanto tempo será um segmento sustentável. No entanto, faremos o nosso melhor para manter o Kwid atual no mercado“, afirmou Mamillapalle à revista indiana.
“Isso não significa que não faremos as alterações ou evoluções necessárias para continuar vendendo o Kwid, mas, por enquanto, não temos planos de trazer uma nova geração do modelo”, confirmou o executivo. “Vamos mantê-lo vivo enquanto os regulamentos permitirem, porque, se você observar, são os regulamentos que definem o que permanece e com quais custos“.
Projeção do designer Kleber Silva para uma eventual atualização do Kwid tomando como referência o novo Dacia Spring europeu
Desafios globais
O desafio enfrentado pela Renault na Índia é compartilhado por outras grandes empresas globais do setor automotivo. As pressões de custo para equipar veículos de entrada com tecnologias e equipamentos mais sofisticados podem tornar os preços dos subcompactos tão elevados que seu posicionamento no mercado pode se tornar inviável.
Na Índia, por exemplo, o governo sugeriu tornar obrigatória a presença de seis airbags em todos os carros vendidos no país, o que exigirá uma adaptação custosa no projeto do Kwid. Em contraste, modelos irmãos do subcompacto, como o Kiger e o Triber, deverão ganhar novas gerações dentro de três anos, pois atuam em segmentos de mercado superiores, permitindo a cobrança de preços mais altos, com isso garantindo a viabilidade técnica e comercial de seus projetos.
Acima o Renault Kwid atualmente produzido no Brasil
Cenário no Brasil
No Brasil, a categoria de carros de entrada não atrai o mesmo volume de vendas que os hatches compactos tradicionais, tais como o Chevrolet Onix e o Volkswagen Polo, que podem ser considerados pelos consumidores como mais adequados às suas necessidades. No primeiro semestre deste ano, o Renault Kwid registrou 25.635 emplacamentos, ficando atrás do Fiat Mobi, com 32.240 unidades vendidas. No mesmo período, o Volkswagen Polo somou 57.862 emplacamentos e o Chevrolet Onix, 43.603 unidades comercializadas.
Vale lembrar que o desenvolvimento do Kwid e toda sua família derivada sempre foi um projeto liderado pela divisão indiana da Renault, portanto todas as decisões tomadas por lá certamente envolvem o futuro global do modelo. Vamos acompanhar de perto!
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