Entidade que representa importadoras defende manutenção do cronograma de aumento e alerta para impacto no consumidor e no setor
César Tizo - março 6, 2025
A Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa) emitiu nesta quinta-feira (6) um posicionamento se mostrando contrária a qualquer tentativa de antecipação da alíquota de 35% do imposto de importação para veículos eletrificados. A medida foi solicitada pela Anfavea na última quarta-feira por conta do aumento considerável no fluxo de chegada desses modelos ao Brasil, sobretudo de marcas chinesas.
A Abeifa argumenta que a previsibilidade é essencial para o comércio internacional e que as regras acordadas em 2023 devem ser mantidas. Atualmente, o imposto sobre elétricos é de 18%, enquanto híbridos plug-in pagam 24% e híbridos convencionais, 25%. Em julho deste ano, essas alíquotas subirão para 25%, 28% e 30%, respectivamente, seguindo o cronograma estabelecido.
Para o presidente da Abeifa, Marcelo Godoy, o respeito ao cronograma evita insegurança jurídica e garante aos consumidores brasileiros o direito de acesso a novas tecnologias. Ele também critica políticas protecionistas, destacando que a abertura do mercado nos anos 1990 impulsionou o desenvolvimento da indústria automotiva nacional.
Os números de fevereiro reforçam a crescente participação dos importados eletrificados no mercado brasileiro. As dez marcas filiadas à Abeifa registraram 9.021 emplacamentos no mês, um crescimento de 5,8% em relação a janeiro e de 46,8% frente a fevereiro de 2024. Do total, 8.270 unidades eram eletrificadas, representando 91,6% das vendas das associadas.
Com esses resultados, as marcas da Abeifa alcançaram 5,2% do mercado de automóveis e comerciais leves e responderam por 50,9% do total de veículos eletrificados vendidos no Brasil em fevereiro. Segundo Godoy, esses números reforçam a contribuição das importadoras para a descarbonização da frota nacional e o avanço tecnológico do setor automotivo no país.
