Com preço médio do litro chegando a R$ 6,47 em fevereiro de 2025, profissionais ampliam jornadas para compensar custos
César Tizo - março 6, 2025
O recente aumento no preço médio da gasolina no Brasil, que atingiu R$ 6,47 por litro na primeira semana de fevereiro de 2025, tem gerado preocupações entre os motoristas de aplicativos de transporte. Para esses profissionais, o combustível representa uma parcela significativa dos custos operacionais, comprometendo a viabilidade financeira da atividade. De acordo com dados da Edenred Ticket Log, o valor registrou alta de 2,59% em relação a janeiro e de 9,83% na comparação anual.
Um levantamento realizado pelo GigU (antigo StopClub) com quase 81 mil motoristas de app entre outubro de 2023 e outubro de 2024 revelou que o gasto médio mensal com combustível nas 15 principais capitais brasileiras é de R$ 1.861,42. Para compensar os custos elevados, muitos profissionais têm ampliado suas jornadas de trabalho, o que, segundo especialistas, pode levar a desgaste físico e mental, além de impactar a qualidade do serviço prestado.
Luiz Gustavo Neves, CEO e co-fundador da GigU, alerta para a necessidade de soluções de longo prazo. “O grande desafio agora é equilibrar a equação entre tarifas justas para os motoristas e acessibilidade para os usuários. Sem políticas estruturais que promovam previsibilidade nos preços dos combustíveis e incentivos para veículos mais econômicos, a renda dos motoristas de aplicativo pode ser muito impactada“, ressalta.
A falta de medidas efetivas para estabilizar os preços dos combustíveis e garantir a sustentabilidade da atividade pode levar muitos motoristas a abandonarem a profissão, impactando diretamente a mobilidade urbana no país, analisa a GigU. Enquanto isso, a categoria segue buscando alternativas para manter a rentabilidade em meio a um cenário de custos crescentes e tarifas que nem sempre acompanham as despesas.
