Mulheres avançam ao volante e conquistam espaço como condutoras profissionais
Número de condutoras profissionais cresceu 30% em um ano, refletindo avanços e histórias de superação no setor
César Tizo - março 8, 2025
O número de mulheres condutoras profissionais no Brasil cresceu significativamente entre 2023 e 2024, saltando de 75.771 para 98.003, de acordo com dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).
O avanço, registrado na véspera do Dia Internacional da Mulher, reflete não apenas a conquista de espaço no setor, mas também os desafios e a resiliência de profissionais que assumem a direção de veículos em diferentes áreas da mobilidade.
A trajetória da segundo sargento Bianca Ladeira, do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), ilustra bem essa realidade.
Aos 30 anos, Bianca conduz uma viatura operacional ABT (Auto Bomba Tanque) de 21 toneladas, essencial para o combate a incêndios e resgates.
Apesar do orgulho pelo cargo, ela relata enfrentar preconceitos diários. “O maior desafio são os olhares analisando se sou realmente capaz. Preciso provar minha competência constantemente”, afirma. Para ela, a melhor forma de vencer essas barreiras é demonstrar excelência no trabalho e reforçar as qualidades femininas no trânsito, como paciência e cautela.
Bianca Ladeira, do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), no comando da viatura operacional ABT
Outro exemplo de superação vem de Ana Beatriz Vasconcelos de Medeiros, chefe de gabinete da Senatran. Desde que tirou sua carteira de habilitação aos 18 anos, aprendeu com a mãe que dirigir representa muito mais do que uma habilidade prática: é um símbolo de autonomia. Atualmente, Ana Beatriz trabalha na gestão do Sistema Nacional de Trânsito e destaca a importância da presença feminina no setor.
“Minha mãe me ensinou que a carteira de motorista não é apenas sobre dirigir, mas sobre a capacidade de escolher para onde você vai. Ela sempre dizia: ‘Agora você é dona do seu próprio destino’. Eu acho esse lema tão forte… E acredito que isso se aplica a todas as mulheres que têm a chance de conquistar esse marco, seja aos 18, aos 30 ou em qualquer outra idade”, relembra Ana Beatriz.
Ana Beatriz Vasconcelos de Medeiros, chefe de Gabinete da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran)
Os números reforçam essa crescente participação das mulheres no trânsito, não apenas como condutoras, mas também em cargos estratégicos.
Em 2024, os dados da Senatran apontam que, apesar de representarem uma parcela menor dos motoristas, as mulheres registram índices significativamente mais baixos de mortalidade no trânsito. Foram 1.171 óbitos femininos contra 4.974 entre os homens, evidenciando uma condução mais prudente e segura.
Histórias como as de Bianca e Ana Beatriz mostram que, apesar dos desafios ainda presentes, as mulheres seguem conquistando espaço no setor de mobilidade, abastecimento e segurança viária.
O crescimento na participação feminina reflete um cenário em transformação, onde cada quilômetro percorrido representa um avanço rumo a um futuro mais igualitário e inclusivo no trânsito brasileiro.
Reportagem baseada em conteúdo elaborado pela Assessoria Especial de Comunicação do Ministério dos Transportes
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