Brasil lidera em motoristas da Uber, mas ganhos diários ainda são desafio
Maior mercado global da empresa, país tem 1,4 milhão de condutores cadastrados; renda líquida é impactada por altos custos operacionais
César Tizo - março 17, 2025
O Brasil atingiu um marco inédito ao se tornar o maior mercado da Uber no mundo, superando todas as demais nações em número de motoristas e viagens. Atualmente, 1,4 milhão de condutores estão cadastrados na plataforma, evidenciando a crescente adesão ao serviço como alternativa de renda. O aumento no número de motoristas reflete o cenário econômico do país, onde a busca por trabalho flexível e complementação de renda tem impulsionado o crescimento desse setor.
Entretanto, a rentabilidade no segmento ainda é um desafio. Um levantamento da fintech GigU revelou que os ganhos de um motorista que trabalha oito horas por dia variam conforme a cidade e a demanda local. Em São Paulo, por exemplo, a média diária de faturamento bruto é de R$ 566,96, enquanto no Rio de Janeiro esse valor gira em torno de R$ 489,62. Já em capitais como Belo Horizonte, Porto Alegre e Brasília, os motoristas costumam faturar R$ 526,60, R$ 503,45 e R$ 386,73, respectivamente.
Apesar dos valores brutos parecerem atrativos, os custos operacionais representam um grande desafio para os motoristas de aplicativo. Gastos com combustível, manutenção do veículo, taxas cobradas pela plataforma e impostos reduzem significativamente a margem de lucro. Com a alta dos preços dos combustíveis e o desgaste dos veículos devido ao uso intenso, a necessidade de ampliar a jornada de trabalho para obter um rendimento satisfatório se torna uma realidade para muitos profissionais.
Além disso, longos períodos de espera entre corridas e variações na demanda podem comprometer o faturamento diário. “O que vemos é que muitos trabalham em jornadas extensas para aumentar seus ganhos, mas acabam impactados pelo desgaste físico e emocional, além dos altos custos de operação. Certamente, é uma jornada de trabalho que exige bastante, mas a autonomia e a rentabilidade, que supera algumas ocupações tradicionais, acabam sendo um grande atrativo”, afirma Luiz Gustavo Neves, cofundador e CEO da GigU.
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