GWM: “Preferimos morrer a fabricar veículos de autonomia estendida”
Durante o Salão de Xangai, executivos da marca chinesa classificaram os modelos de autonomia estendida como “tecnologia ultrapassada”
César Tizo - abril 24, 2025
A GWM deixou clara sua posição contrária à tecnologia de veículos elétricos com autonomia estendida, também conhecidos pela sigla em inglês EREV (Extended Range Electric Vehicle). O presidente da companhia, Wei Jianjun, reforçou que essa abordagem técnica é apenas uma solução transitória e não está alinhada com os objetivos estratégicos de longo prazo da montadora. Segundo ele, a empresa continuará concentrando seus esforços em veículos 100% elétricos e híbridos convencionais, descartando qualquer desenvolvimento na área de modelos com extensor de autonomia.
Essa posição foi endossada dias antes pelo vice-presidente sênior Mu Feng, que classificou a tecnologia de autonomia estendida como “pseudoelétrica”. O executivo criticou o fato de os veículos dessa categoria dependerem majoritariamente de combustíveis fósseis, possuírem baterias pequenas com alcance elétrico limitado e apresentarem desempenho inferior em comparação tanto aos híbridos quanto aos elétricos puros.
“Preferimos morrer a fabricar veículos de autonomia estendida”, afirmou Mu Feng de forma enfática, destacando que essa tecnologia representa um retrocesso do ponto de vista energético e técnico.
A visão da Great Wall Motor contrasta com a estratégia de outras fabricantes chinesas, como a Li Auto, que continua apostando fortemente em modelos com autonomia estendida. Além disso, especialistas como Yang Yusheng, da Academia Chinesa de Engenharia, defendem que esse tipo de motorização não é apenas uma solução temporária, mas parte relevante do futuro automotivo.
Yang destaca que o número de veículos com autonomia estendida aumentou expressivamente na China: de apenas quatro modelos em 2021 para mais de 50 lançamentos em 2024. Ele projeta que, até 2027, esse tipo de motorização representará cerca de um terço das vendas no país, dividindo espaço com os elétricos puros e os modelos a combustão. Para 2030, a previsão é de que veículos com tecnologias híbridas recarregáveis, incluindo os de autonomia estendida, representem 55% das vendas totais.
A postura da GWM, portanto, reforça a divisão no setor automotivo chinês sobre qual caminho tecnológico trilhar rumo à eletrificação completa da frota. Aqui no Brasil, a empresa segue firme com sua proposta e oferece apenas os automóveis elétricos da gama Ora e os híbridos das linhas Haval e Tank.
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