Por que carros vendidos para taxistas costumam ser mais baratos que para PcDs?
Entenda os motivos por trás das diferenças nos descontos praticados nas duas modalidades de vendas diretas
César Tizo - abril 24, 2025
Quando se fala em vendas diretas de veículos — aquelas feitas fora do varejo tradicional —, é comum notar que os preços oferecidos para taxistas costumam ser mais vantajosos do que os praticados para outros públicos com direito a benefícios, como pessoas com deficiência (PcDs). Mas por que isso acontece?
A principal explicação está na diferença de incentivos fiscais e estratégias comerciais adotadas pelas montadoras e pelo poder público. No caso dos taxistas, além da isenção de IPI, que também é garantida ao público PcD, há a possibilidade de isenção total do ICMS, dependendo da legislação de cada estado. Isso representa um desconto significativo no valor final do veículo — maior do que o permitido para PcDs, cujo teto de isenção do ICMS encontra-se limitado a R$ 70 mil.
Um bom exemplo é o que ocorre no caso do CAOA Chery Tiggo 5x Sport, que voltou a ser oferecido ao público PcD a partir da linha 2026. O modelo tem preço público sugerido de R$ 119.990, mas pode ser adquirido por R$ 105.830,38 na cor preta pelos consumidores PcD. O mesmo veículo para taxistas, com as isenções totais de IPI e ICMS, custa R$ 97.032,35 na mesma tonalidade para a carroceria.
Outro fator relevante é o perfil de uso dos veículos adquiridos por taxistas. Por atuarem profissionalmente com transporte, eles tendem a trocar de carro com mais frequência, o que estimula as marcas a oferecer preços mais competitivos para garantir a fidelização e o retorno futuro desse cliente. Além disso, muitas montadoras consideram o táxi como uma “vitrine ambulante”, o que reforça o interesse em manter seus modelos circulando com destaque nas ruas.
A negociação direta com fábricas ou concessionárias especializadas também colabora para a formação de preços mais baixos, principalmente quando há compra em volume, como ocorre com cooperativas ou empresas de transporte.
Já no caso do público PcD, embora exista isenção de tributos, o volume de compras é menor e o ciclo de renovação de veículos costuma ser mais espaçado — o que justifica descontos mais modestos por parte das montadoras em relação aos praticados para taxistas.
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