Maio Amarelo: proposta busca tornar obrigatória a inspeção veicular no Brasil
Entidade reforça importância da manutenção preventiva e apresenta proposta concreta para regulamentar inspeção periódica prevista no Código de Trânsito
César Tizo - maio 12, 2025
Durante o movimento Maio Amarelo, que visa chamar a atenção da sociedade para a redução de acidentes de trânsito, a Aliança do Aftermarket Automotivo Brasil destacou a necessidade urgente de regulamentar a inspeção veicular periódica em todo o país. A entidade, que reúne seis das principais organizações do setor de reposição automotiva, apresentou durante a Automec 2025 uma proposta concreta para a implantação nacional do modelo, previsto no Código de Trânsito Brasileiro (Art. 104), mas ainda sem aplicação plena.
Segundo a Aliança, que representa indústria, distribuidores, varejo e oficinas, a manutenção preventiva é um dos pilares para garantir a segurança nas ruas e rodovias. Dados apresentados no 1º Congresso da entidade mostram que o Brasil já tem estrutura técnica disponível, com 504 estações de inspeção, cerca de 5 mil profissionais atuantes e mais de 30 milhões de inspeções realizadas desde os anos 1990. No entanto, a ausência de uma política pública estruturada impede o aproveitamento total dos benefícios da fiscalização sistemática.
Entre os principais motivos de reprovação nas inspeções já realizadas, estão problemas em iluminação (47,58%), pneus e rodas (16,43%), freios (10,31%) e suspensão (6,05%). Para a Aliança, esses dados reforçam a urgência de se criar uma cultura sólida de manutenção preventiva no país, com foco na redução de sinistros e na valorização da vida.
Além dos ganhos em segurança, a proposta se alinha às metas de sustentabilidade e ESG, já que a inspeção veicular também contribui para o controle de emissões de poluentes e ruídos. Cidades como São Paulo, que já aplicam inspeções obrigatórias em táxis, veículos escolares e automóveis movidos a GNV, são citadas como exemplos viáveis de implementação.
A Aliança defende ainda que oficinas, retíficas e centros de inspeção sejam reconhecidos como agentes de transformação, valorizando a mão de obra qualificada e o uso de componentes certificados. “A segurança veicular começa na escolha do componente certo, no cuidado técnico e no compromisso com a excelência”, resume a coordenação da entidade.
Com essa atuação, a Aliança do Aftermarket busca liderar mudanças estruturais no setor automotivo, atuando não apenas como representante da cadeia de reposição, mas como promotora ativa de políticas públicas que impactem positivamente a mobilidade e a qualidade de vida no Brasil.