Comprar ou assinar um carro? Estudo mostra qual opção pesa menos no bolso

No Dia do Automóvel, celebrado neste 13 de maio, uma pergunta comum volta ao radar de muitos brasileiros: será que ainda vale a pena comprar um carro, ou o modelo de assinatura — em que todos os custos estão inclusos — é mais vantajoso?

Para responder a essa dúvida, o analista de research da Rico, Antônio Sanches, realizou um estudo comparando o custo total de aquisição e manutenção de um carro popular com o modelo por assinatura.

A simulação usou como base um veículo de R$ 72.990, valor próximo ao de modelos de entrada como Fiat Mobi ou Renault Kwid, e considera um contrato de 3 anos — período médio adotado nos serviços de assinatura.

O que inclui a assinatura?

A proposta da assinatura automotiva é semelhante ao aluguel de imóvel: o cliente paga um valor fixo mensal e tem direito ao uso do veículo, com despesas como IPVA, seguro, revisão e manutenção já incluídas. A única responsabilidade extra do condutor é abastecer.

Mas a conveniência tem preço. Segundo levantamento de Sanches com diversas locadoras e marcas que oferecem esse serviço, o valor anual da assinatura costuma representar entre 30% e 35% do valor do carro novo, o que significa que um contrato de 36 meses pode chegar ao mesmo custo de adquirir o modelo na concessionária.

Simulação 1: Compra à vista com revenda após 3 anos

Com a desvalorização e ajustes nos custos recorrentes, os valores para os anos seguintes são estimados da seguinte forma:

Já a desvalorização do carro, com base em uma depreciação de 11% no primeiro ano e 7% nos dois seguintes, resulta em:

No fim dos três anos, o proprietário poderia revender o veículo por cerca de R$ 56.184,86. O resultado líquido da operação seria:

Resultado final (compra à vista): R$ 56.184,86 – R$ 28.884,15 = R$ 27.300,71

Simulação 2: Assinatura de veículo com investimento do valor economizado

Nesta simulação, o valor de R$ 72.990,00 — que seria usado para a compra do carro — é aplicado em um investimento com rendimento líquido de 12% ao ano. Ao mesmo tempo, o consumidor utiliza esse dinheiro para arcar com as parcelas mensais de R$ 1.900, corrigidas por uma inflação média de 5% ao ano, para manter o contrato de assinatura.

Resultado final (assinatura com investimento): R$ 17.655,95

Comparativo final: compra vs. assinatura

E se o consumidor optar pelo financiamento?

Considerando que muitos brasileiros não têm o valor à vista, o estudo também simula o financiamento do carro com entrada de 10% e juros médios de 1,97% ao mês (segundo dados do Banco Central).

Financiamento vs. Assinatura (sem investimento):

* Simulação inclui entrada, parcelas mensais, IPVA, seguro e demais custos
** Valor hipotético de revenda ao fim do 3º ano

Resultado líquido com financiamento: R$ 56.184,86 – R$ 69.643,66 = – R$ 13.458,80

Neste cenário, o financiamento ainda resulta em menor prejuízo do que a assinatura, reforçando que o aluguel de carro exige maior cautela na comparação.

Conclusões e recomendações

Apesar da comodidade oferecida pelos serviços de assinatura — que incluem manutenção, IPVA, seguro e revisões —, a compra à vista continua sendo mais vantajosa financeiramente, pelo menos na simulação apresentada.

Por outro lado, o estudo de Antônio Sanches também alerta que pequenas variações em quesitos como valor de revenda, preço da assinatura, inflação ou rendimento dos investimentos podem alterar esse cenário. Portanto, é fundamental que cada consumidor faça os cálculos com base em sua realidade de uso, perfil de risco e disponibilidade financeira.

Também é importante levar em conta o limite de quilometragem imposto pelas locadoras. Em geral, a franquia para contratos de 36 meses é de 36 mil km. Caso o usuário ultrapasse essa média de 1.000 km/mês, poderá arcar com custos adicionais.

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