Nova bateria da GM pode baratear carros elétricos e oferecer autonomia para 640 km
Tecnologia com alto teor de manganês será usada a partir de 2028 e promete desempenho similar às baterias atuais, mas com menor custo e produção mais eficiente
César Tizo - maio 14, 2025
A General Motors anunciou avanços importantes no desenvolvimento da tecnologia de baterias LMR, sigla para lítio com alto teor de manganês. A novidade promete transformar o mercado de veículos elétricos ao unir grande autonomia, menor custo e maior eficiência de produção. A montadora pretende iniciar a produção comercial do sistema em 2028, por meio da joint venture Ultium Cells, nos Estados Unidos.
Embora as pesquisas com esse tipo de bateria existam desde os anos 1990, os desafios técnicos sempre impediram seu uso em carros de produção, principalmente pela vida útil limitada e pela perda de capacidade de armazenamento com o tempo. Esses obstáculos foram superados pela GM em parceria com a LG Energy Solution, por meio de soluções como revestimentos especiais, melhorias no processo fabril e avanços na química das células.
Hoje, modelos como o Chevrolet Blazer EV e o Equinox EV usam baterias NMCA, com alto teor de níquel. Já a nova bateria LMR, combinada ao formato prismático — mais adequado a SUVs e picapes —, permitirá reduzir até 75% das peças dos módulos e 50% dos componentes do sistema. Isso representa ganhos diretos em eficiência de montagem e redução de custos.
A composição também favorece o bolso: o manganês, abundante e barato, representa 65% da bateria LMR, contra os 10% nas baterias atuais. Além disso, a GM estima que as novas células entreguem um terço a mais de energia do que as baterias LFP — largamente usadas em elétricos de entrada.
Com autonomia prevista superior a 640 km e custo inferior ao das baterias com alto teor de níquel, os novos sistemas permitirão que a GM lance veículos elétricos mais acessíveis, sem abrir mão do desempenho. A companhia já rodou o equivalente a 2,2 milhões de quilômetros em testes, usando centenas de protótipos.
Toda a pesquisa está sendo liderada pela equipe do Wallace Battery Cell Innovation Center, em Michigan, nos EUA. Ao lado da instalação, a GM constrói um novo centro de desenvolvimento para acelerar a transição da tecnologia dos laboratórios para a produção em escala.
Com dezenas de patentes registradas e foco em inovações de custo-benefício, a GM quer ser a primeira fabricante global a adotar a bateria LMR em veículos elétricos de produção em massa — incluindo modelos de grande porte. A estreia da tecnologia está prevista para a próxima geração de SUVs e picapes da marca.