Câmara aprova botão do pânico para motoristas e passageiros de app
Proposta segue para o Senado em meio a dados alarmantes: 60% dos trabalhadores por aplicativo já sofreram violência
César Tizo - maio 30, 2025
A Câmara dos Deputados aprovou nesta semana um projeto de lei que obriga plataformas de transporte por aplicativo, como Uber e 99, a implementarem um botão do pânico em seus aplicativos. Batizado de “PROTEJA”, o recurso deverá ser visível e acessível, permitindo o compartilhamento imediato da localização e dos dados da corrida com autoridades em situações de emergência.
A medida foi bem recebida por motoristas de app, que há anos relatam insegurança no exercício da profissão. Um levantamento da fintech social GigU, em parceria com a Jangada Consultoria, aponta que 60,5% dos trabalhadores de aplicativo já sofreram algum tipo de violência ou assédio enquanto estavam em serviço. Além disso, 58,3% afirmam viver sob constante preocupação com a própria segurança, e apenas 33,6% se sentem plenamente seguros durante o trabalho.
O projeto também estabelece que o botão estará disponível tanto para motoristas quanto para passageiros. O texto agora segue para apreciação no Senado.
Para especialistas e representantes do setor, o botão do pânico é um passo necessário, mas não suficiente. “A criação de mecanismos de proteção é urgente e precisa vir acompanhada de transparência e responsabilidade por parte das plataformas”, afirma Luiz Gustavo Neves, CEO da GigU.
Ele defende a ampliação dos recursos tecnológicos, como uso de inteligência artificial para detectar situações de risco em tempo real, além da melhoria nos canais de atendimento.
A pesquisa da GigU também revela desconfiança e insatisfação com as plataformas:
61,3% dizem não entender claramente os valores repassados, taxas e critérios de bloqueio.
78,3% acreditam que as empresas não demonstram preocupação com quem está nas ruas diariamente.
36,7% consideram o suporte prestado pelas plataformas ruim ou muito ruim.
Realizado entre abril e maio de 2025, o estudo ouviu 951 profissionais do setor em todo o Brasil, tanto do transporte de passageiros quanto de entregas.
Para a GigU, a aprovação do botão PROTEJA simboliza o início de uma mudança que deve ir além do símbolo: “Segurança não é um recurso opcional, mas parte essencial do modelo de negócio”, conclui Neves.
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