Peugeot 2008 recebe apenas uma estrela no Latin NCAP e decepciona em segurança
Geração mais recente do SUV compacto foi avaliada com estrutura instável e falhas graves na proteção de adultos e crianças
César Tizo - junho 5, 2025
O Peugeot 2008 recebeu apenas uma estrela na mais recente rodada de testes do Latin NCAP, entidade independente que avalia a segurança veicular na América Latina e Caribe. Produzido na Argentina para abastecer o mercado regional, incluindo o Brasil, o modelo testado corresponde à versão mais básica em itens de segurança passiva, conforme o protocolo adotado pela entidade desde 2010.
Equipado com quatro airbags (frontais e laterais de tórax) e controle eletrônico de estabilidade (ESC) como itens de série, o 2008 não traz proteção lateral para a cabeça nas versões mais acessíveis – ausência que impediu a realização do teste de impacto lateral de poste, resultando em nota zero nesse quesito. Sistemas avançados de assistência à condução (ADAS), como a frenagem autônoma de emergência, estão disponíveis apenas nas versões mais caras, e não foram incluídos na avaliação porque a Peugeot não solicitou a análise desses recursos opcionais.
Nos critérios de proteção, o SUV obteve 42,16% para ocupante adulto, 59,21% para ocupante infantil, 54,48% em proteção a pedestres e usuários vulneráveis das vias e 55,81% em assistência à segurança. O modelo também apresentou estrutura instável no impacto frontal, com deficiências na proteção de crianças pequenas – principalmente no tórax e na cabeça.
Peugeot 2008 decepcionou nos testes de segurança: presença de apenas 4 airbags na versão de entrada é um ponto detrator
A Stellantis, conglomerado que controla a Peugeot, segue acumulando desempenhos abaixo da média no Latin NCAP. Desde 2020, quando entrou em vigor o protocolo atual da entidade, nenhum dos nove modelos do grupo testados passou de duas estrelas.
O secretário-geral do Latin NCAP, Alejandro Furas, criticou a estratégia da montadora: “Stellantis decepciona mais uma vez com um modelo que tem concorrentes mais bem equipados em segurança de série, como Nissan Kicks, Hyundai Creta e Volkswagen T-Cross. É preocupante ver líderes de mercado oferecendo desempenho tão baixo, como se as vidas na América Latina valessem menos que as da Europa”.
Já Stephan Brodziak, presidente do conselho do Latin NCAP, classificou o resultado como “inaceitável” e cobrou mudanças: “Não se trata de limitação técnica, mas de uma decisão empresarial que prioriza cortar custos em detrimento da vida humana. É urgente que governos exijam maior transparência por meio da rotulagem obrigatória da segurança veicular”.
A entidade reforça que os consumidores devem optar por versões com airbags laterais e de cortina e tecnologias ADAS já testadas, como forma de ampliar a proteção em caso de acidentes.
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