Fraude silenciosa já atinge 1 em cada 5 frascos vendidos no país; danos ao veículo podem ultrapassar R$ 12 mil, alerta instituto
César Tizo - junho 9, 2025
A venda de lubrificantes adulterados no mercado ilegal brasileiro preocupa especialistas e acende um alerta sobre os riscos à segurança dos motoristas e à durabilidade dos veículos.
De acordo com estimativas da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), cerca de 20% dos lubrificantes comercializados no país estão fora das especificações adequadas, provocando prejuízos estimados em mais de R$ 1,4 bilhão ao ano, segundo o Instituto Combustível Legal (ICL).
Os impactos vão além da perda de desempenho. “É uma economia na hora da compra do produto, mas a longo prazo significa uma ameaça invisível que age no coração do motor”, afirma Emerson Kapaz, presidente do ICL.
Entre os danos mais comuns estão a formação de borra no motor, corrosão de componentes internos e até quebra da correia dentada, com reparos que variam de R$ 2 mil a R$ 12 mil dependendo do modelo do carro.
Segundo o instituto, os produtos adulterados podem conter água, ácidos ou aditivos impróprios, provocando falhas graves como entupimento de dutos, falhas no eixo virabrequim e superaquecimento do motor. Esses problemas levam à perda de garantia, aumento do risco de acidentes e à necessidade de manutenções de alto custo.
Para evitar esse tipo de fraude, o consumidor deve adotar cuidados básicos, como exigir nota fiscal, verificar o selo de qualidade, conferir o número do lote e o CNPJ no rótulo, além de seguir rigorosamente as recomendações do manual do veículo. “Compras em plataformas não homologadas ou de procedência duvidosa devem ser evitadas”, reforça Kapaz.
