Terceira geração do Leaf estreia como crossover global com foco em eficiência e promete ser referência entre os elétricos
César Tizo - junho 26, 2025
A terceira geração do Nissan Leaf marca uma virada total no modelo que inaugurou a era dos carros elétricos de produção em massa. Agora posicionado como um SUV com linhas mais arrojadas, o novo Leaf fez sua estreia em alguns mercados, entre eles o europeu, oferecendo até 603 km de autonomia (ciclo WLTP) e promete “estabelecer um novo padrão para veículos elétricos”, segundo o engenheiro-chefe do projeto, Hiroki Isobe.
Lançado originalmente em 2010 como um hatchback compacto, o Leaf foi vendido no Brasil entre 2019 e 2024. Com o novo posicionamento e a crescente oferta de elétricos no país, não está descartado um possível retorno do modelo, agora completamente renovado, para competir em um mercado que evoluiu consideravelmente desde sua estreia.
Baseado na moderna plataforma CMF-EV — a mesma utilizada no Nissan Ariya e em modelos da Renault —, o novo Leaf passa a disputar espaço no segmento de crossovers familiares, enfrentando rivais como Kia EV3 e o futuro Skoda Elroq. Fabricado na planta de Sunderland, no Reino Unido, ele será um produto global e terá produção compartilhada com os próximos Nissan Juke e Qashqai.
O novo Leaf será oferecido com duas opções de bateria: 52 kWh e 75 kWh, esta última responsável pela autonomia de até 375 milhas (ou 603 km). A Nissan, no entanto, destaca que o modelo é capaz de percorrer mais de 320 km mesmo em velocidades de cruzeiro em rodovias (a cerca de 130 km/h), reforçando o foco em eficiência real.
O SUV também adota uma nova arquitetura de motor elétrico “três em um”, que integra o inversor, motor e redutor em uma única unidade. Com 214 cv e 35,9 kgfm de torque, o novo Leaf prioriza suavidade e refinamento no uso familiar, mas oferece retomadas vigorosas e condução confortável. A suspensão é do tipo McPherson dianteira e multibraço traseira.
O sistema de recarga agora utiliza o padrão CCS com potência de até 150 kW, abandonando o antigo conector Chademo das gerações anteriores — uma mudança bem-vinda para ampliar a compatibilidade com eletropostos modernos.
Segundo a revista britânica Autocar, que buscamos como referência sobre o comportamento do novo Leaf ao volante, a Nissan também incorporou um sistema de bomba de calor dedicado para otimizar o consumo de energia com o ar-condicionado e o aquecimento da cabine.
Por dentro, relatam os ingleses, o novo Leaf traz uma cabine repaginada com duas telas de 14,3 polegadas integradas a um sistema de infoentretenimento baseado em serviços do Google. Há ainda comandos físicos para funções principais, além de recursos como frenagem regenerativa com ajuste por aletas no volante, modo de condução com um pedal e assistentes semiautônomos.
O visual também mudou completamente. A carroceria agora tem silhueta fastback e coeficiente aerodinâmico de apenas 0,25, graças a soluções como maçanetas embutidas, para-brisa inclinado e cobertura inferior para redução do arrasto. O porta-malas tem capacidade para 437 litros, e a Nissan afirma que mesmo com a nova linha de teto o espaço para a cabeça dos ocupantes traseiros foi preservado.
O time editorial da Autocar teve acesso ao novo Leaf em dois momentos, contemplando os circuitos de testes da Nissan no Japão e no Reino Unido. Embora ainda em fase de protótipo, o SUV se mostrou silencioso, estável e confortável, com respostas suaves e bom isolamento acústico. O desempenho é considerado adequado para a proposta familiar, com boa agilidade em acelerações, sem exageros.
Mesmo em um mercado de SUVs elétricos cada vez mais competitivo, os jornalistas apontam que o novo Leaf tem potencial para se destacar, especialmente pelo equilíbrio entre eficiência, refinamento e usabilidade.
Com o novo posicionamento como SUV e maior autonomia, o novo Leaf teria mais chances de disputar mercado com rivais como o BYD Yuan Plus e o Peugeot e-2008, por exemplo. Ainda não há confirmação oficial da Nissan sobre a volta do modelo ao Brasil, mas a estratégia global da marca tornam o retorno possível em um futuro próximo. A conferir.
