Estudo com 10 mil veículos aponta que baterias de carros elétricos podem durar mais de 20 anos
Nova análise mostra que taxa média de degradação caiu para 1,8% ao ano; boas práticas de uso e recarga ajudam a prolongar a vida útil dos acumuladores
César Tizo - julho 1, 2025
A durabilidade das baterias dos carros elétricos acaba de ganhar um novo respaldo técnico. Um estudo da Geotab, baseado em dados reais de 10 mil veículos elétricos em uso, revelou que a taxa média de degradação das baterias caiu para apenas 1,8% ao ano — o que significa que elas podem continuar operando de forma eficiente por mais de 20 anos, em condições normais.
Esse resultado representa uma melhora em relação ao levantamento anterior da própria Geotab, feito em 2019, quando a taxa média de perda era de 2,3% ao ano. A evolução reflete os avanços em tecnologia de baterias, gerenciamento térmico e práticas de recarga.
O que causa a degradação da bateria?
A degradação da bateria é o processo natural de perda de capacidade de carga ao longo do tempo. Embora inevitável, esse desgaste pode ser acelerado ou retardado de acordo com diversos fatores. Veja os principais:
Temperatura ambiente: o calor excessivo é um dos fatores que mais contribuem para o desgaste das células.
Tipo de recarga: o uso frequente de carregadores rápidos em corrente contínua (DC) gera maior aquecimento e estresse nas baterias.
Estado de carga: manter a carga sempre entre 20% e 80% ajuda a preservar a integridade das células.
Sistema de refrigeração: baterias com refrigeração líquida tendem a apresentar menor taxa de degradação.
O importante papel da refrigeração
O estudo mostrou diferenças claras entre modelos com diferentes soluções de refrigeração. O Tesla Model S 2015, por exemplo, que conta com sistema de refrigeração líquida, apresentou uma taxa média de degradação de 2,3% ao ano. Já o Nissan Leaf 2015, que conta apenas com refrigeração por ar, registrou 4,2%.
Outro destaque foi o Chevrolet Volt, que adotava buffers de carga maiores — ou seja, proteções que impedem a bateria de atingir cargas extremas. Isso ajudou a reduzir o desgaste ao longo do tempo.
Uso intenso não significa desgaste acelerado
Uma descoberta surpreendente do relatório é que veículos elétricos com uso intenso não apresentaram maior degradação de bateria quando comparados a veículos de baixa quilometragem, desde que boas práticas fossem seguidas.
O maior fator de risco continua sendo o uso frequente de carregadores rápidos em climas quentes. A combinação de temperatura elevada e recarga intensa é especialmente danosa.
Como preservar a vida da bateria de um carro elétrico
Com base nas conclusões da Geotab, listamos abaixo algumas boas práticas que ajudam a preservar a saúde da bateria de um veículo elétrico:
Mantenha o estado de carga entre 20% e 80%
Evite exposição prolongada ao calor extremo
Reduza a frequência do uso de carregadores rápidos (DC)
Prefira recargas lentas em corrente alternada
Use o carro com regularidade para evitar longos períodos de inatividade
Acompanhe a saúde da bateria com ferramentas de monitoramento ou apps da montadora
Trocar o carro a combustão por um elétrico vale a pena?
Sim, segundo conclusão do estudo. A nova análise mostra que os veículos elétricos estão prontos para oferecer não só desempenho ambientalmente mais limpo, mas também longevidade e custo-benefício.
Segundo a Geotab, 75% dos veículos comerciais leves já podem ser substituídos por modelos elétricos, com economia estimada de £ 12 mil (R$ 90 mil) por veículo ao longo de sua vida útil.
Com baterias duráveis, menor manutenção e mecânica robusta, os elétricos surgem como uma alternativa sólida para consumidores e frotistas.
Ao seguir boas práticas, é possível garantir que o investimento em eletrificação se pague — e dure muito mais do que o imaginado.
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