Entenda a diferença entre essas duas grandezas que influenciam diretamente o comportamento do carro e saiba qual priorizar
César Tizo - julho 30, 2025
Na hora de comprar um carro, o desempenho costuma ser um dos fatores determinantes. E nesse quesito, dois conceitos técnicos ganham destaque: torque e potência. Embora muitas vezes mencionados juntos, eles representam características distintas do motor e têm impacto direto na forma como o veículo se comporta no dia a dia — desde a agilidade na cidade até o fôlego nas estradas.
Segundo Marlon Silva, coordenador técnico da Takao, empresa especializada no desenvolvimento de componentes de motor, não existe uma grandeza mais importante que a outra, mas sim funções complementares que devem ser entendidas conforme o tipo de uso.
“Torque e potência caminham juntos. Mas, dependendo da aplicação, um pode ser mais relevante que o outro”, afirma o especialista.
O torque é a força que o motor gera para colocar o carro em movimento.
Ele é essencial em arrancadas, subidas, transporte de cargas e situações em que é necessário tração e força.
Medido em quilograma-força metro (kgfm), o torque é especialmente importante em picapes, SUVs, utilitários e veículos comerciais, que precisam vencer a resistência do peso ou do terreno.
A potência, por sua vez, está relacionada à capacidade do motor de manter aceleração constante em altas rotações. Ela é decisiva para retomadas, ultrapassagens e velocidade máxima. Sua medida é expressa em cavalos-vapor (cv) ou quilowatts (kW).
Para ilustrar a aplicação prática da potência, Marlon cita o desempenho exigido nas 500 Milhas de Indianápolis: “Nessa prova, os veículos atingem velocidades próximas de 400 km/h nas retas, com motores de 700 cv que giram a 12 mil rpm. Além disso, é uma corrida longa, com mais de duas horas de duração. O que se busca nessas condições é potência em alta rotação”.
As duas grandezas estão diretamente ligadas pela rotação do motor. “Um motor que consegue manter o mesmo torque em altas rotações entrega mais potência”, resume o especialista.
Com a evolução dos motores turboalimentados, muitos modelos passaram a oferecer alto torque já em baixas rotações, o que melhora o consumo e o desempenho — especialmente em trânsito urbano.
A resposta depende do uso. Para quem dirige em trechos urbanos ou em terrenos acidentados, o torque é fundamental. Já quem roda longas distâncias em estrada pode se beneficiar mais da potência.
No entanto, o ideal é buscar o equilíbrio entre ambos, considerando também como o motor responde no uso real. “Hoje, mais do que números, o comportamento do motor em uso prático é o que mais importa”, conclui Marlon.
Quer saber qual motor se encaixa melhor na sua rotina? Comente abaixo como você usa o carro no dia a dia e descubra o que priorizar na ficha técnica!
