Versão mais potente já produzida do esportivo fora da linha Shelby traz V8 com calibração exclusiva para o Brasil
César Tizo - agosto 14, 2025
O Ford Mustang Dark Horse, versão mais potente do esportivo já oferecida pela marca fora da linha Shelby, acaba de chegar ao Brasil com promessa de elevar o padrão de performance entre os muscle cars. Homologado para as ruas, mas com acerto voltado para as pistas, o modelo foi a base para o desenvolvimento do Mustang GT3 de corrida e resgata o espírito de clássicos como Shelby GT350, Boss 302, SVT Cobra R e Mach 1.
Produzido em edição global, o Dark Horse estreia no país com motor 5.0 V8 Coyote aspirado de 507 cv a 7.250 rpm e 57,8 kgfm de torque a 4.900 rpm — o mais potente da história do Mustang, excetuando as versões Shelby. O bloco, desenvolvido ao longo de quatro anos por uma equipe dedicada de engenheiros e especialistas, incorpora bielas forjadas e virabrequim herdados do Shelby GT500, o que permite calibração mais agressiva e maior pressão de combustão. Com aceleração de 0 a 100 km/h em 3,7 segundos e velocidade máxima de 250 km/h (limitada eletronicamente), o modelo alia desempenho bruto à confiabilidade estrutural.
Além dos números, a Ford enfatiza o trabalho no sistema de escapamento, capaz de extrair um ronco mais encorpado e envolvente do V8, tornando-se um dos atrativos para entusiastas. A transmissão automática de 10 marchas possui calibração exclusiva para pista, trocas mais rápidas e função downshift, que reduz marchas até o ponto ideal de rotação.
O conjunto mecânico é complementado por diferencial traseiro Torsen com arrefecimento dedicado, suspensão adaptativa MagneRide com leitura milimétrica (até mil vezes por segundo) e molas dianteiras e buchas mais rígidas. O chassi mantém distribuição de peso equilibrada (55% dianteira e 45% traseira), resultando em maior estabilidade e tração na saída de curvas. Os freios Brembo, com discos dianteiros flutuantes de 390 mm e traseiros de 355 mm, resistem à fadiga e mantêm desempenho consistente em sessões prolongadas de pista.
Para o mercado brasileiro, a Ford aplicou calibração específica do motor por conta de nossa gasolina com 30% de etanol, além de promover ajustes na suspensão para nossas condições de rodagem e atualização dos softwares para o português. As rodas exclusivas de 19” são calçadas com pneus Pirelli PZero 255/40 na dianteira e 275/40 na traseira, meia polegada mais largos que no Mustang GT, garantindo maior aderência lateral.
O design do Dark Horse se diferencia pelo pacote estético escurecido: máscara negra envolvendo grade e faróis de LED, spoiler traseiro, ponteiras duplas de 4,5” e faixas esportivas no capô. O emblema Dark Horse, com o cavalo visto de frente, aparece nas laterais, traseira e soleiras.
Por dentro, o acabamento exclusivo traz bancos de couro e suede com costuras e cintos azuis, volante com logotipo escurecido e placa numerada no painel. O painel digital de 12,4” integra-se à central multimídia SYNC 4 de 13,2”, com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, GPS e sistema de som premium B&O com 12 alto-falantes.
O modelo oferece cinco modos de condução (Normal, Esportivo, Escorregadio, Pista e Pista Drag), além de configurações personalizáveis para direção, suspensão e escapamento. Entre os recursos de pista estão o Drift Brake, o Line Lock para aquecimento de pneus e o Track Apps, que inclui cronômetros, medidores de força G e parâmetros de temperatura e pressão de componentes vitais.
O Mustang Dark Horse chega ao Brasil como linha 2025 em versão única, por R$ 649.000 — valor que pode variar conforme a tributação estadual. As entregas começam em agosto e, segundo a Ford, este é o primeiro ano em que a marca oferece três versões do Mustang simultaneamente no país.
No primeiro semestre de 2025, as vendas do esportivo mais que dobraram, com 579 unidades emplacadas, contra 704 em todo o ano anterior. Desde sua chegada ao Brasil, em 2018, o Mustang já acumula 4.000 unidades vendidas.
