Família do Paraná usa a edição especial off-road do esportivo para completar todo o trajeto da prova e a viagem de ida e volta
César Tizo - agosto 15, 2025
A edição 2025 do Rally dos Sertões contou com um participante nada convencional. Estamos falando de um raro exemplar do Porsche 911 Dakar, modelo que foi conduzido pelo empresário Fredy Piotto Vogt, sua esposa Susele e o filho João Pedro — veteranos do Sertões, com cinco participações anteriores.
O ponto de partida da aventura foi Campo Largo (PR). De lá, a família viajou dois dias até Goiânia (GO) para a largada oficial, percorrendo 3.482 km ao longo da competição, entre trechos cronometrados e deslocamentos. A chegada aconteceu em Marechal Deodoro (AL). Depois, o trio seguiu viagem de volta para casa, somando 7.440 km no odômetro ao fim da jornada.
Eles participaram na categoria Expedição, que permite acompanhar o percurso dos competidores principais, mas exige logística própria: acampamentos antes de cada etapa, transporte de barraca, suprimentos e planejamento para lidar com a ausência de infraestrutura em áreas remotas. Um dos momentos de maior expectativa foi a primeira travessia de rio com o esportivo. “Ele passou de forma tão natural que pensamos: ‘Mas era só isso?’”, relembra Fredy.
Produzido em série limitada de 2.500 unidades, o Porsche 911 Dakar foi criado como tributo às vitórias da marca em competições off-road, como o Rally Paris-Dakar e o Rally de Monte Carlo.
Ele traz altura livre do solo 50 mm maior que a de um 911 Carrera, suspensão adaptativa (permite elevação da dianteira e traseira em mais 30 mm), pneus todo-terreno e motor boxer de 6 cilindros, 3.0 biturbo, que alcança 480 cv e permite ao esportivo acelerar de 0 a 100 km/h em 3,4 segundos. O modelo é equipado com a transmissão de dupla embreagem PDK com 8 marchas e tração integral Porsche, incluindo também o eixo traseiro direcional.
O exemplar da família Piotto Vogt ostentava a pintura Rally Design, inspirada nos 911 e 959 campeões do Paris-Dakar em 1984 e 1986, com a inscrição “Roughroads” no lugar do antigo patrocinador de cigarros.
No Sertões, o carro rodou com uma barraca de teto do catálogo Porsche Tequipment, atraindo olhares e perguntas por onde passava. No retorno de Maceió ao Paraná, Fredy manteve média de 100 km/h — abaixo do limite recomendado de 130 km/h para uso com a barraca — e registrou consumo de 8,5 km/l.
No dia seguinte à chegada, o 911 Dakar já estava de volta à rotina, levando João Pedro à escola antes de passar por revisão no Porsche Center Curitiba. “O mais incrível é ele ser tão bom para o uso diário quanto para enfrentar provas como o Sertões”, resume Susele.
