Iniciativa marca o centenário da GM no país e oferece veículos históricos certificados pela engenharia da montadora no país
César Tizo - outubro 1, 2025
A Chevrolet apresentou nesta quarta-feira os primeiros modelos desenvolvidos por meio do seu programa Vintage, iniciativa que traz veículos históricos da marca restaurados e customizados com a chancela e supervisão da própria engenharia da General Motors no Brasil. A iniciativa aposta no crescimento do antigomobilismo no país, impulsionado por uma nova geração de colecionadores e pela valorização dos chamados “neoclássicos” – carros com cerca de 30 anos de fabricação.
O programa atua em duas frentes: a restauração tradicional, focada na preservação máxima da originalidade dos veículos, e o restomod, que combina o design clássico com tecnologias modernas para tornar os carros mais adequados ao uso cotidiano.
Os quatro primeiros modelos serão um Monza 500 EF 1990, primeiro carro nacional da Chevrolet com injeção eletrônica; um Omega CD 1994, ícone dos sedãs da época, que recebeu aprimoramento de motor com o kit Irmscher 3.6L; um Opala caracterizado SS 1979 com motor 4.1L atualizado com injeção eletrônica (conceito restomod); e uma S10 Rally 2004, originalmente desenvolvida para o Rally dos Sertões e agora adaptada para circulação em vias públicas. Um quinto veículo, um Kadett GSi 1992, está em fase final de acabamento.
Leilão beneficente
Ao todo, dez veículos serão oferecidos em leilão com participação presencial e virtual, permitindo que interessados de todo o país possam arrematar as unidades. O primeiro pregão acontece ainda em 2025 e será aberto com dois modelos. Parte do valor arrecadado será destinada a projetos sociais do Instituto General Motors (IGM).
A apresentação dos veículos foi realizada pelo presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro, no Campo de Provas da Cruz Alta, em Indaiatuba (SP). “Os clássicos da Chevrolet marcaram gerações e ajudaram a escrever a história da indústria automotiva nacional, além de estarem guardados na memória afetiva de milhões de brasileiros“, destacou o executivo.
Curadoria e validação técnica
O diferencial do Vintage está no rigor técnico: a execução de todos os projetos fica a cargo de parceiros referenciados no segmento, com a devida supervisão e validação pela engenharia da GM. Cada veículo, em uma etapa final, passa por testes de dinâmica veicular, ruídos, vibrações, dirigibilidade, rolagem e frenagem no Campo de Provas.
A empresa utiliza seu vasto acervo histórico, que inclui manuais, amostras de acabamentos e bancos de dados técnicos e fotográficos. Esse material permite um nível de fidelidade inédito nas restaurações – até mesmo o tom exato do zinco aplicado em parafusos é analisado de acordo com o modelo, ano e versão específicos.
Nos modelos restomod, o próprio departamento de Design da GM lidera as intervenções, garantindo que as atualizações respeitem os padrões estéticos da marca. Já foi anunciado, por exemplo, o desenvolvimento de uma picape C10 equipada com o conjunto motriz de um Camaro V8.
Mercado em expansão
O lançamento do Vintage coincide com o centenário da GM no Brasil e com o aquecimento do mercado de antigomobilismo no país. Modelos relevantes dos anos 1990, como Corsa, Kadett, Omega e as primeiras gerações da S10, vêm ganhando maior valor de mercado, especialmente versões esportivas, topo de linha e configurações raras.
A primeira coleção reúne dez veículos produzidos no Brasil, em alusão aos 100 anos da marca no país. Entre eles está a picape 3100 Brasil – pioneira entre os utilitários nacionais –, que será revelada em breve ao lado de outros quatro modelos. Cada projeto demandou pelo menos um ano de trabalho até ser concluído.
