Como a inteligência artificial já está mudando o carro que você dirige
Cada vez mais presente nos sistemas de assistência e manutenção, a IA já melhora segurança, eficiência e custo dos veículos
César Tizo - outubro 9, 2025
A inteligência artificial (IA) já deixou de ser uma promessa distante para se consolidar como parte essencial do dia a dia automotivo. Muito além dos protótipos de carros autônomos, a tecnologia atua silenciosamente em veículos que já circulam pelas ruas, aprimorando desempenho, segurança e até a manutenção.
Segundo o professor de Engenharia Mecânica do Centro Universitário FEI, Cleber Willian Gomes, a IA está presente em diversos sistemas embarcados, desde o controle eletrônico do motor — que ajusta a mistura de combustível para garantir maior eficiência — até assistentes de voz nos sistemas multimídia, que personalizam a experiência do motorista.
O grande avanço, contudo, está nos Sistemas Avançados de Assistência ao Motorista (ADAS). “Esses sistemas, cada vez mais comuns, combinam câmeras, radares e sensores para identificar riscos, desde pedestres até a iminência de colisões. A IA consegue até mesmo ler as faixas da estrada e detectar sinais de fadiga do condutor, intervindo para evitar acidentes”, explica o professor.
A popularização dessas tecnologias, segundo Gomes, é impulsionada pela padronização de plataformas entre diferentes modelos, o que reduz custos e viabiliza a aplicação em larga escala. “A legislação de segurança também tem papel decisivo, tornando recursos obrigatórios e estimulando o mercado”, observa.
Além da segurança, a inteligência artificial começa a desempenhar papel relevante na manutenção preditiva. Sistemas de diagnóstico inteligentes já conseguem identificar falhas com alta precisão e prever o momento ideal para substituição de componentes como filtros e lubrificantes, evitando trocas desnecessárias e reduzindo custos para o motorista. “Isso gera economia e ainda diminui o impacto ambiental”, destaca Gomes.
Em uma perspectiva mais ampla, o professor vê na IA um vetor para a construção de cidades mais inteligentes. A integração entre veículos e infraestrutura urbana permitiria um trânsito mais fluido e seguro. “Poderíamos ter veículos trafegando a 120 km/h, separados por apenas 5 metros, sem risco de acidentes. Imagine o ganho em eficiência, economia e, sobretudo, em vidas salvas”, afirma.
Apesar dos desafios técnicos e regulatórios, Gomes acredita que a inteligência artificial representa a oportunidade definitiva para transformar a mobilidade urbana — tornando-a mais segura, confortável e sustentável.
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