Citroën tem nos planos “reavaliação” e carros mais acessíveis para o futuro
Novo executivo à frente da marca promete resgatar valores de acessibilidade e inovação, e avalia modelo inspirado no icônico 2CV
César Tizo - outubro 14, 2025
A Citroën se prepara para uma importante reavaliação de sua identidade de marca. Segundo revelou a revista inglesa Autocar, o novo CEO da fabricante, Xavier Chardon, vai apresentar em dezembro, em Paris, sua visão sobre o futuro da fabricante e o posicionamento que deve orientar os próximos lançamentos globais.
Chardon, que retornou à Citroën após passagem pelo Grupo Volkswagen, admitiu que há hoje uma “certa confusão” em torno do papel da marca dentro do grupo Stellantis, mas afirmou que a empresa mantém capacidade para inovar e deseja recuperar a clareza de sua proposta.
Citroën ë-C3 vendido na Europa
Entre os temas que o executivo pretende destacar está a retomada do espírito do 2CV — modelo histórico da Citroën produzido entre 1948 e 1990 e que se tornou um símbolo da mobilidade acessível na Europa do pós-guerra. Segundo Chardon, o 2CV “é parte da cultura francesa” e representa um ideal de democratização do automóvel que precisa ser reinterpretado na era da eletrificação.
“É meu dever levar esse conceito adiante para 2025 e 2026, porque é fundamental tornar a mobilidade individual novamente acessível”, declarou o CEO.
O projeto, porém, não se trata de uma reedição retrô do 2CV, mas sim de uma nova filosofia de design e engenharia aplicada aos futuros modelos compactos da marca. A ideia é oferecer carros funcionais, elétricos e produzidos na Europa, com preços mais baixos e foco nos segmentos B e C do mercado — onde a Citroën seguirá concentrando sua linha principal.
Chardon também destacou a relevância do pequeno Ami como prova de que a Citroën “segue sendo uma verdadeira inovadora” e mencionou a reconfiguração do C5 Aircross como um SUV de maior porte, refletindo a evolução da preferência dos consumidores.
Citroën C5 Aircross: segmento de médio porte seguirá no foco da empresa
Outra frente de oportunidade mencionada é a criação de uma nova categoria “E-car”, proposta pela Comissão Europeia, que permitiria às montadoras desenvolver veículos elétricos menores e mais baratos, com regras menos rígidas. Chardon vê nesse movimento uma chance concreta de “reconectar a indústria com consumidores que hoje estão excluídos do mercado de carros novos”.
“A Europa perdeu dois milhões de carros desde a pandemia, e metade deles custava menos de 15 mil euros. É urgente voltar a oferecer veículos acessíveis, elétricos e fabricados aqui”, afirmou.
Com a conferência marcada para dezembro, o evento promete ser um marco para reposicionar a Citroën em um cenário de grandes transformações. A marca francesa tentará equilibrar tradição e modernidade para reconstruir seu papel como uma das vozes mais originais da indústria automotiva europeia.
We use cookies to ensure that we give you the best experience on our website. If you continue to use this site we will assume that you are happy with it.Ok