Correia dentada banhada a óleo exige atenção redobrada na manutenção
Tecnologia traz mais eficiência e durabilidade, mas falhas recorrentes acendem alerta entre reparadores e proprietários
César Tizo - novembro 4, 2025
Com a popularização dos motores de menor cilindrada nos automóveis lançados nos últimos anos, a correia dentada banhada a óleo — também chamada de belt in oil — ganhou destaque no mercado.
Desenvolvido para oferecer mais eficiência, menor atrito e funcionamento mais silencioso, o sistema promete ainda contribuir para o consumo de combustível e a dirigibilidade. No entanto, a manutenção exige rigor absoluto no cumprimento das recomendações das montadoras, sob pena de falhas que podem comprometer seriamente o motor.
A correia banhada a óleo opera imersa no lubrificante que circula no interior do cárter, coordenando o movimento entre o virabrequim e o comando de válvulas. Ao contrário das correias convencionais, que trabalham “a seco”, ela é produzida com compostos especiais de borracha sintética e fibras reforçadas para resistir à ação química do óleo.
Benefícios
Em comparação com as correntes metálicas, a correia banha da a óleo é mais leve e favorece a eficiência energética. Outro benefício é a durabilidade: em alguns motores, os intervalos de substituição podem superar 200 mil quilômetros, o que reduz custos de manutenção ao longo da vida útil do veículo.
Entretanto, a longevidade prometida pelo sistema depende diretamente da qualidade do lubrificante utilizado. Segundo Marlon Dias, coordenador técnico da Takao, o uso de óleo fora das especificações ou o atraso nos intervalos de troca pode acelerar a degradação do material da correia.
Partículas desprendidas das fibras podem obstruir o pescador de óleo, provocar falhas no sistema de lubrificação e ocasionar danos a peças críticas, como o virabrequim e as bronzinas. Entre os sinais de mau funcionamento, destacam-se o acendimento da luz de óleo no painel e a presença de resíduos escuros no lubrificante.
Substituição
Quando a substituição se faz necessária, o procedimento também exige cuidados específicos. É preciso drenar completamente o óleo do motor, remover componentes que dão acesso ao sistema — como coxim, filtros e a carcaça da correia — e substituir não apenas a correia, mas também o tensor e as juntas.
Depois, realiza-se a limpeza do sistema de lubrificação e o reabastecimento com o lubrificante indicado pelo fabricante. De acordo com Dias, trata-se de um processo minucioso, que pode se tornar ainda mais complexo caso o motor já esteja contaminado por partículas decorrentes do desgaste do componente.
A compatibilidade química entre o óleo e o material da correia é essencial para evitar problemas como inchaço, descolamento de dentes ou desfiamento das fibras. Por isso, o especialista reforça que não basta escolher um óleo com a mesma viscosidade: é preciso obedecer às normas SAE e aos padrões de homologação adotados pela montadora.
O uso de peças de procedência confiável também é indispensável para garantir o desempenho adequado e preservar a integridade do conjunto motriz.
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