Peugeot, BYD e CAOA Chery atraem consumidores mais jovens
Renault, por sua vez, atrai público mais maduro, com média de 54,4 anos
César Tizo - dezembro 16, 2025
Pela primeira vez, um levantamento mapeia o perfil etário dos compradores de veículos zero quilômetro no Brasil e revela diferenças significativas entre as marcas. Enquanto a média nacional é de 49,9 anos, Peugeot, BYD e CAOA Chery atraem consumidores consideravelmente mais jovens, com idades médias de 46,2, 46,8 e 47,7 anos, respectivamente. Os dados fazem parte do PVZ – Estudo de Preços de Veículos Zero Km, realizado pela MegaDealer em parceria com a Auto Avaliar, e são referentes ao mês de novembro.
No extremo oposto, Renault (54,4 anos), Mitsubishi (53,2) e Nissan (52,1) registram as maiores médias de idade entre seus compradores, indicando estratégias comerciais e portfólios de produtos que ressoam com públicos distintos.
A diferença de oito anos entre os clientes mais jovens (Peugeot) e os mais maduros (Renault) sugere abordagens de marketing, design e posicionamento de preço bastante diversas.
Marcas como BYD, recém-chegada ao mercado brasileiro e com foco em eletrificação, e CAOA Chery, conhecida por modelos com uma precificação mais agressiva, parecem ter encontrado fórmulas que dialogam com gerações mais novas.
Peugeot: design arrojado ajuda na conquista de consumidores mais jovens
Mercado aquecido e tíquete em alta
O levantamento, que analisou mais de 69 mil operações de venda em novembro, também aponta para um momento favorável do setor. O tíquete médio dos carros zero quilômetro subiu de R$ 169.580 em outubro para R$ 172.785 em novembro, um aumento de cerca de R$ 3.200 que reflete tanto a valorização dos veículos quanto possível mudança no mix de vendas para modelos mais equipados.
Para as concessionárias, o aquecimento se traduz em operações mais ágeis. O giro de estoque caiu de 38 para 36 dias, indicando que os veículos estão saindo mais rapidamente das lojas. “Uma vez que poucas montadoras aumentaram seus preços em novembro, podemos dizer que as mudanças importantes no cenário se dirigiram mais fortemente aos veículos de maior valor“, explica Fábio Braga, Country Manager da MegaDealer.
Descontos crescem levemente
Apesar da elevação no tíquete médio, houve pequeno aumento nos descontos praticados sobre o preço sugerido pelos fabricantes (MSRP), passando de 7% para 7,1%. A distribuição dos descontos, no entanto, varia significativamente por categoria.
Sedãs médios como Toyota Corolla, Honda Civic e Nissan Sentra, além de SUVs e hatches (Fiat Mobi e Renault Kwid), continuam com as menores reduções de preço, refletindo demanda aquecida nesses segmentos. Por outro lado, as picapes seguem oferecendo os descontos mais generosos, estratégia comum em um segmento de alto valor unitário e margens superiores.
Diferenças regionais nos descontos
O estudo também identificou variações geográficas expressivas. A região Norte registrou o maior patamar médio de descontos (7,7%), empatada com o estado de São Paulo, analisado separadamente devido ao volume de operações. Os demais estados do Sudeste apresentaram média de 7,3%.
Já as regiões Nordeste (6,7%), Centro-Oeste (6,5%) e Sul (6,3%) ficaram abaixo da média nacional, sugerindo dinâmicas de mercado distintas, possivelmente relacionadas a concorrência, poder de compra e estratégias regionais das montadoras.
Estudo pioneiro com dados robustos
O PVZ é considerado pioneiro por reunir indicadores de performance coletados diretamente nas concessionárias. A parceria com a Auto Avaliar, plataforma B2B conectada a mais de 4 mil concessionárias no país, permite acesso aos preços efetivamente praticados ao consumidor final, e não apenas aos valores sugeridos pelas fabricantes.
Considerando todo o ano de 2025 até novembro, o estudo já compilou dados de aproximadamente 650 mil operações de venda de veículos zero quilômetro, gerando um panorama detalhado sobre precificação, descontos, segmentos, cores e modelos.
A inclusão do recorte etário na análise de novembro adiciona uma camada valiosa de informação para montadoras e concessionárias entenderem melhor seus públicos e ajustarem estratégias comerciais.
Com a média nacional próxima dos 50 anos, o dado também levanta questões sobre renovação geracional do mercado e como as marcas estão – ou não – conseguindo atrair compradores mais jovens.
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