Jaguar adota decisão drástica para evoluir como marca
Toda a linha atual será descontinuada para dar lugar a novos modelos elétricos de luxo, com previsão de lançamento em 2025
César Tizo - julho 16, 2024
A Jaguar adotou uma decisão drástica para evoluir como marca, acabando até o fim deste ano com toda a sua linha de veículos a combustão para se reinventar como uma marca exclusivamente elétrica até 2025. Com isso, produtos como o F-Pace e o E-Pace hoje à venda no Brasil serão descontinuados, ficando aqui o alerta para os potenciais clientes desses veículos.
O movimento da Jaguar inclui o lançamento de três modelos inéditos baseados na nova plataforma JEA (Jaguar Electric Architecture), começando com um GT de quatro lugares que será revelado ainda neste ano e chegará ao mercado em 2025. Esse modelo promete uma autonomia de até 700 km e deverá ser o Jaguar de rua mais potente de todos os tempos, superando 580 cv.
Mudança estratégica e desafios
A decisão de transformar a Jaguar em uma marca totalmente elétrica vem após a suspensão do desenvolvimento do sedã elétrico XJ em 2021, que já estava em fase avançada e teve um custo de desenvolvimento de nove dígitos. O ex-CEO da JLR, Thierry Bolloré, justificou a decisão afirmando que o XJ não se alinhava com a visão reimaginada da marca. Agora, sob a direção de Gerry McGovern, a Jaguar busca uma nova identidade, dissociada do cancelado XJ.
Essa transição é acompanhada por mudanças estruturais significativas dentro da Jaguar Land Rover (JLR). A JLR já havia anunciado a divisão da Land Rover em três marcas distintas para vendas e marketing: Defender, Discovery e Range Rover. Com isso, a Jaguar parece descer ainda mais na hierarquia corporativa, enfrentando desafios de vendas substanciais. No último ano fiscal, a Jaguar vendeu cerca de 43 mil carros globalmente, em contraste com os quase 280 mil da Land Rover.
Jaguar F-Pace: atualmente o modelo mais vendido da marca em escala global
Redução de volume
A nova linha elétrica da Jaguar será significativamente mais cara, o que deve reduzir ainda mais o volume de produção. Estima-se que a produção total da Jaguar possa cair para cerca de 50 mil unidades globalmente, distribuídas entre os três novos modelos. Joe Eberhardt, presidente e CEO da JLR na América do Norte, reconhece que a mudança pode alienar parte da atual base de clientes da marca, mas destaca a necessidade de focar no futuro e no reposicionamento da Jaguar como uma marca de luxo distinta.
A produção dos modelos atuais da Jaguar encerrou em junho deste ano, embora continuem disponíveis para venda enquanto durarem os estoques. Eberhardt afirma que a maioria dos modelos já tem volumes de vendas muito pequenos, com exceção do F-Pace, que ainda representa a maior parte das vendas.
Rede de Concessionárias
A rede de concessionárias da Jaguar em alguns mercados relevantes, como o dos Estados Unidos, já começou a diminuir, com mais de 40 revendedores voluntariamente entregando suas franquias. A estratégia futura é integrar todas as concessionárias da Jaguar com as revendas Land Rover, enquanto alguns pontos de venda serão focados nas marcas Defender, Discovery e Range Rover.
Contrariando a tendência do mercado, a Jaguar também não oferecerá vendas diretas nos Estados Unidos, optando por manter as vendas exclusivamente por meio de concessionárias, tal como ocorre no Brasil. Para os interessados em adquirir um dos últimos modelos a combustão da Jaguar, ou um veículo da marca por menos de seis dígitos, a recomendação é agir rapidamente.
Esta transformação radical da Jaguar representa um passo ousado da marca para garantir sua relevância e sustentabilidade no mercado automotivo em rápida evolução. Resta saber se, levando em conta que a procura por automóveis 100% elétricos está reduzindo, a tradicional marca inglesa vai seguir pelo caminho correto. A conferir.
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