Trump revoga incentivos para elétricos nos EUA: ‘podem comprar o carro que quiserem’
Recém-empossado, Trump retorna ao comando dos EUA com medidas de grande impacto para o setor automotivo no país
César Tizo - janeiro 21, 2025
Ao reassumir a presidência dos Estados Unidos, Donald Trump anunciou na última segunda-feira (20) medidas que prometem reformular profundamente a política energética e industrial do país. Entre as ações destacadas em seu discurso de posse, estão a revogação do mandato nacional para carros elétricos e a declaração de uma emergência energética com foco na expansão da exploração de combustíveis fósseis.
Trump criticou o Green New Deal, programa ambiental de governos anteriores, e comprometeu-se a restaurar o setor de petróleo e gás como o principal pilar da economia norte-americana. “Temos a maior quantidade de petróleo e gás do mundo, e vamos usá-los”, declarou o presidente, prometendo trazer de volta a independência energética ao país e reduzir os preços domésticos de combustíveis.
Fim do mandato de veículos elétricos
Uma das medidas mais controversas anunciadas foi a revogação do mandato federal que incentivava a produção e adoção de carros elétricos. Trump argumentou que a política prejudica a indústria automotiva tradicional e os trabalhadores. “Vocês poderão comprar o carro que quiserem”, afirmou em seu discurso, enfatizando que seu governo priorizará a produção de veículos nos Estados Unidos em uma escala que ele classificou como sem precedentes.
Nova direção para o mercado
Com a declaração de emergência energética, Trump pretende expandir as operações de extração de petróleo e gás no território norte-americano, aumentar as exportações de energia e reabastecer as reservas estratégicas. Ele também destacou que o retorno ao uso intensivo de combustíveis fósseis será acompanhado de políticas para tornar a energia mais acessível aos cidadãos e fortalecer o setor industrial.
Ao justificar essas ações, Trump vinculou o aumento da inflação à alta nos preços de energia e reafirmou sua visão de que o foco na transição energética comprometeu a competitividade dos Estados Unidos frente a outros países.
Impactos e críticas
As medidas têm gerado debate. Enquanto parte da indústria automotiva e trabalhadores celebram a promessa de revitalização da produção doméstica, ambientalistas e defensores da transição para fontes de energia limpa alertam para os impactos a longo prazo nas metas de redução de emissões de gases do efeito estufa.
Com a promessa de um retorno à autossuficiência energética e à liberdade de escolha no setor automotivo, o governo Trump busca consolidar uma agenda de recuperação econômica e reforço do nacionalismo industrial. No entanto, as mudanças propostas enfrentam o desafio de equilibrar o crescimento econômico com os compromissos globais de sustentabilidade ambiental.