Volkswagen terá elétrico de R$ 100 mil e traça plano para se reerguer na Europa
Marca alemã apresentou design do seu futuro carro elétrico de entrada, um rival para chineses como o BYD Dolphin
César Tizo - fevereiro 5, 2025
A Volkswagen, que está em um momento decisivo na Europa, anunciou nesta quarta-feira (5) os primeiros detalhes de sua nova estratégia para se reerguer no Velho Continente, não escondendo a ambição de se tornar uma das líderes globais em mobilidade elétrica.
Entre os destaques da reunião realizada em Wolfsburg, na Alemanha, está o anúncio de um novo modelo elétrico na faixa de R$ 100 mil (€ 20 mil). O produto, que será lançado em 2027, faz parte de uma estratégia maior da empresa para democratizar o acesso à eletromobilidade e reconquistar a confiança dos consumidores europeus. A marca também planeja investir pesadamente em inovação e eficiência, com foco na plataforma SSP (Scalable Systems Platform), que será a base para futuros modelos, incluindo a próxima geração do Golf elétrico.
“Com a conclusão das negociações em dezembro, colocamos em movimento o maior plano futuro da história da Volkswagen. Estamos em um caminho ambicioso para garantir que alcancemos nossos objetivos com total comprometimento. Um passo crucial é tornar a eletromobilidade atraente para todos – essa é a nossa promessa como marca”, explicou Thomas Schäfer, CEO da Volkswagen Passenger Cars.
O futuro elétrico de entrada da Volkswagen faz parte de uma família de veículos compactos desenvolvidos sob a plataforma modular MEB, uma evolução da arquitetura elétrica da Volkswagen. Ele se juntará ao ID.2all, outro modelo elétrico acessível que chegará às concessionárias europeias um ano antes, em 2026, com preço inferior a € 25 mil (cerca de R$ 134 mil). Juntos, esses carros representam a aposta da marca em veículos elétricos pequenos e acessíveis, voltados para um público amplo.
Wolfsburg
Schäfer reforçou o papel central da fábrica de Wolfsburg na estratégia da Volkswagen para a era elétrica. A unidade, que é a maior da marca, será responsável pela produção de modelos relevantes, como a próxima geração do Golf elétrico e do T-Roc elétrico, ambos baseados na nova plataforma SSP. A expectativa é que a fábrica produza mais de 500 mil unidades por ano desses veículos, consolidando-se como o centro de competência para a nova classe compacta elétrica da marca.
Daniela Cavallo, presidente do Conselho e Grupo Geral de Trabalhadores da Volkswagen AG, destacou a importância do envolvimento dos funcionários nessa transição: “Wolfsburg, o coração do Grupo Volkswagen, enfrentará tarefas cruciais que precisaremos abordar com determinação. A planta principal não apenas desenvolverá, mas também produzirá fortemente nos próximos anos.”
Plano “triplo A”
A Volkswagen também detalhou seu plano estratégico para a região europeia, batizado de “triplo A” (acelerar, atacar e alcançar), que visa fortalecer a competitividade da marca até 2030. O plano contempla as seguintes fases:
Recuperar: Fortalecer a competitividade por meio da otimização de estruturas de custos e extensão direcionada do portfólio atual.
Atacar: Lançar 9 novos modelos até 2027, incluindo o ID.2all e o novo elétrico de entrada por € 20 mil.
Liderar: Tornar-se a marca líder em tecnologia no segmento de volume, estabelecendo novos padrões globais de mobilidade.
A marca, conclui a Volkswagen, já é uma das líderes globais em veículos elétricos, com mais de 1,35 milhão de unidades da família ID. vendidas desde 2019, incluindo cerca de 500 mil unidades do ID.3. Em 2023, a Volkswagen vendeu 383,1 mil veículos totalmente elétricos. A empresa, contudo, em especial no segmento da eletromobilidade, encontra-se fortemente ameaçada pelas fabricantes chinesas, que denotam mais facilidade em lidar com os desafios da propulsão eletrificada.
Aqui no Brasil, um elétrico bem mais acessível e com preço na faixa de R$ 100 mil certamente é um produto que pode ser considerado para nosso mercado. A conferir.