Gasto com combustível compromete 6,2% da renda familiar no Brasil, com impacto maior no Norte e Nordeste
Preço médio da gasolina sobe 10,3% em 12 meses, enquanto etanol acumula alta de 22,1%
César Tizo - março 7, 2025
O custo para abastecer um veículo continua sendo um peso significativo no orçamento dos brasileiros. No quarto trimestre de 2024, encher um tanque de 55 litros comprometeu, em média, 6,2% da renda mensal familiar no país, segundo o Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, desenvolvido em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
O impacto é maior no Nordeste (9,9%) e no Norte (8,5%), regiões onde os preços do combustível são mais elevados e a renda média da população é menor. Já no Sudeste (5,0%) e no Centro-Oeste (5,1%), o percentual de comprometimento da renda com abastecimento foi o menor do país.
Alta nos preços pressiona orçamento
Os combustíveis registraram novos aumentos em fevereiro de 2025, com o diesel comum e o diesel S-10 liderando as altas (+4,6%), seguidos pelo etanol (+3,9%) e pela gasolina comum (+2,9%). No acumulado do primeiro bimestre do ano, o etanol hidratado teve a maior alta (+6,6%), seguido pelo diesel comum (+5,2%). No período de 12 meses, a escalada de preços foi ainda mais expressiva: o etanol subiu 22,1%, enquanto a gasolina avançou 10,3%.
O preço médio da gasolina comum no país atingiu R$ 6,434 por litro em fevereiro. As regiões Norte (R$ 6,869) e Nordeste (R$ 6,511) tiveram os maiores valores, enquanto os menores preços foram registrados no Sudeste (R$ 6,274) e no Sul (R$ 6,434).
O etanol, por sua vez, foi vendido, em média, a R$ 4,437 por litro, sendo mais caro no Norte (R$ 5,207) e Nordeste (R$ 4,912). No caso do diesel S-10, o preço médio nacional foi de R$ 6,533, com o Norte (R$ 6,827) e o Centro-Oeste (R$ 6,676) liderando os valores mais altos.
Gasolina segue mais vantajosa que etanol na maioria dos estados
Em fevereiro de 2025, o Indicador de Custo-Benefício Flex apontou que o preço médio do etanol correspondeu a 72,2% do valor da gasolina. Com esse patamar acima dos 70%, a gasolina se mantém como a melhor opção em termos de custo-benefício para os consumidores.
Entretanto, em estados como São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o etanol ainda apresenta uma competitividade maior. Em fevereiro de 2024, o cenário era diferente: o índice estava no menor nível histórico desde 2017, tornando o etanol uma alternativa mais vantajosa.
O impacto dos aumentos e a relação entre os combustíveis devem seguir influenciando o orçamento dos motoristas brasileiros ao longo do ano, especialmente nas regiões onde os preços são mais elevados e a renda média é menor.
We use cookies to ensure that we give you the best experience on our website. If you continue to use this site we will assume that you are happy with it.Ok