Novo Grande Panda estreia com motorização híbrida e visual marcante; modelo servirá de base para futuro compacto da Fiat no Brasil
César Tizo - maio 20, 2025
A Fiat iniciou oficialmente as vendas do novo Grande Panda Hybrid na Europa, marcando o retorno da marca ao segmento de hatches compactos com um modelo acessível, eletrificado e voltado à mobilidade urbana. O lançamento também é relevante para o mercado brasileiro, já que o novo compacto — desenvolvido na Itália e montado sobre a plataforma Smart Car da Stellantis —servirá de base para a renovação da linha de modelos de entrada da Fiat no Brasil a partir de 2026, quando está prevista a substituição do Argo pelo modelo baseado no Grande Panda.
O novo compacto europeu estreia com visual que remete ao Panda original dos anos 1980, mas com elementos contemporâneos como faróis em LED que lembram pixels. Seu projeto foi conduzido integralmente pelo Centro Stile da Fiat, em Mirafiori, e inaugura uma nova família de veículos globais, com dimensões compactas e motorização híbrida leve ou 100% elétrica. Na Europa, o modelo mede 3,99 metros de comprimento, 1,76 m de largura e 1,58 m de altura.
A versão híbrida do Grande Panda europeu traz o inédito conjunto T-Gen3, que combina motor 1.2 turbo de três cilindros e 110 cv com um sistema elétrico de 48 V, câmbio automatizado de dupla embreagem (eDCT) e motor elétrico integrado de 21 kW. O sistema permite rodar em modo 100% elétrico em manobras e deslocamentos urbanos de até 1 km, favorecendo o consumo e a redução de emissões. A proposta é oferecer uma condução fácil, silenciosa e eficiente, reforçando o conceito de “easy drive” da Fiat.
Internamente, o hatch surpreende pelo espaço e pelas soluções sustentáveis. A cabine tem acabamento em bambu e utiliza materiais reciclados — como 140 embalagens longa vida reaproveitadas por carro fabricado —, além de oferecer porta-malas para 412 litros de bagagens, volume interessante para um automóvel com as dimensões do Grande Panda. O Fiat oferece ainda painel modular com diversos nichos e porta-objetos.
O modelo europeu é oferecido em três versões: Pop, Icon e La Prima. A mais simples já traz painel digital de 10”, sistema ADAS de assistência à condução, central para integração de smartphone com acionamento automático via NFC, enquanto a intermediária Icon adiciona multimídia com tela de 10,25”, faróis full-LED e pacotes opcionais de conforto, estilo e tecnologia. Já a La Prima une todos os itens, com rodas aro 17”, acabamento premium e uso exclusivo do tecido Bambox no painel.
Em termos de segurança, todas as versões contam com alerta de colisão com frenagem autônoma, alerta de fadiga, assistente de permanência em faixa, controle de cruzeiro e limitador de velocidade. A La Prima adiciona câmera de ré e sensor de estacionamento dianteiro. A conectividade também é destaque, com carregamento por indução, espelhamento sem fio e dois pacotes de serviços remotos via app da Fiat.
Na Europa, o Grande Panda Hybrid custará menos de 19 mil euros em seu catálogo de acesso e já está disponível nas concessionárias. O modelo elétrico, revelado anteriormente, também será vendido com o mesmo design e proposta de mobilidade urbana.
Durante a apresentação do híbrido, a Fiat surpreendeu ao revelar o conceito do novo Grande Panda 4×4, uma releitura moderna do clássico que estreou em 1983. Com proposta voltada à versatilidade e à “conexão com a natureza“, nas palavras da marca, a configuração traz apelo robusto e seu grande destaque é o sistema de tração integral proporcionada por um motor elétrico no eixo traseiro — solução que antecipa uma eventual versão híbrida de maior capacidade para o hatch.
A proposta do Panda 4×4 é resgatar o espírito aventureiro de seu antecessor com uma abordagem sustentável e inovadora, mantendo a praticidade urbana com capacidades off-road. A versão ainda está em fase conceitual, razão pela qual detalhes técnicos não foram antecipados pela fabricante, mas reforça a intenção da Fiat de expandir a linha com opções mais robustas.
A introdução do Grande Panda como produto global faz parte da estratégia da Stellantis de unificar plataformas e modelos entre Europa, América Latina e outros mercados emergentes. No Brasil, ele deverá inspirar um novo hatch compacto para substituir o Argo a partir de 2026, muito provavelmente com produção em Betim (MG) e motorização híbrida leve ou flex.
A transição reflete a nova era da Fiat, que busca reposicionar sua linha de entrada com foco em eficiência energética, conectividade e design marcante. Vamos acompanhar de perto os próximos passos.
