Híbridos plug-in oferecem desempenho pior na estrada?
Analisamos os híbridos plug-in mais vendidos do Brasil e mostramos qual deles entrega melhor performance fora da cidade
César Tizo - junho 26, 2025
Bom dia. Diz-se que um problema dos carros híbridos plug-in é seu baixo desempenho na estrada, com o acionamento do motor a combustão, devido ao peso do carro. Refiro-me aos modelos mais vendidos da categoria, e não aos mais caros (R$ 400 mil a R$ 500 mil). Dentre esses, qual tem o melhor desempenho na estrada? Agradeço pelo retorno – pergunta enviada por Edson
Edson, obrigado por enviar sua pergunta e participar do Guru dos Carros!
Você levanta uma questão muito interessante e que costuma gerar dúvidas entre consumidores que estão avaliando a compra de um carro híbrido plug-in (PHEV).
De fato, alguns dos SUV mais acessíveis do mercado com este tipo de propulsão, entre eles o BYD Song Plus, GWM Haval H6 PHEV e alguns modelos da CAOA Chery (Tiggo 7 PHEV e Tiggo 8 PHEV), priorizam a eficiência energética, especialmente no uso urbano.
Para isso, utilizam conjuntos mecânicos projetados para favorecer a condução elétrica em baixa velocidade, com foco na redução de consumo e emissões. No entanto, é importante esclarecer algumas características desses sistemas quando analisamos seu comportamento na estrada.
Em grande parte dos PHEVs vendidos no Brasil, o motor a combustão atua predominantemente como um gerador, recarregando a bateria principal do sistema, configuração conhecida tecnicamente como “híbrido em série”.
Porém, quando o motorista exige maior desempenho, como em ultrapassagens, o motor térmico passa a colaborar com a tração do veículo, auxiliando o propulsor elétrico, o que resulta na operação como um “híbrido em paralelo”.
Portanto, modelos com motores a combustão de maior deslocamento ou sobrealimentados (por turbo, por exemplo) tendem a oferecer melhor performance em uso rodoviário, especialmente quando se exige aceleração ou retomadas rápidas.
Outro ponto importante: em boa parte dos híbridos plug-in, o motor elétrico é o principal responsável pela locomoção do veículo, tirando proveito de características como o torque máximo instantâneo. Com isso, muitos consumidores se preocupam com o desempenho do veículo quando a bateria principal se aproxima do fim da carga.
No entanto, os sistemas de gerenciamento do conjunto motriz preservam uma margem mínima de energia — geralmente entre 20% a 30%, dependendo da fabricante — para que o motor elétrico nunca deixe de atuar por completo. O motor a combustão entra em ação justamente para manter essa reserva de energia e garantir desempenho estável.
Motor sobrealimentado é uma característica que favorece o desempenho nos SUVs PHEV
Recomendações
Se bom desempenho na estrada for um critério essencial para você ao escolher um PHEV, recomendo optar por modelos com motor a combustão turboalimentado.
Nesse cenário, os modelos da GWM se destacam. O Haval H6 PHEV19 (R$ 245.000) entrega 326 cv de potência combinada e 54 kgfm de torque, enquanto a configuração PHEV34 (disponível nas carrocerias GT ou convencional, partindo de R$ 288.000) eleva esses números para 393 cv e impressionantes 77,7 kgfm, além de contar com tração integral. Todos os catálogos do Haval H6 usam como base o motor 1.5 turbo, que se tornará flex a partir de 2026.
Como alternativa pensando no custo-benefício, destaco o CAOA Chery Tiggo 7 PHEV, que também traz motor 1.5 turbo, com potência total combinada de 317 cv. Atualmente, o modelo é tabelado em R$ 219.990, oferecendo, portanto, uma boa relação entre desempenho e preço.
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