Modelos elétricos como o BYD Dolphin e o Ora 03 oferecem economia no uso, mas é preciso avaliar alguns pontos importantes
César Tizo - julho 14, 2025
É o momento de trocar um Volkswagen Nivus 2022 por BYD Dolphin ou seu concorrente Ora 03? – pergunta enviada por Tomaz
Tomaz, obrigado por enviar sua pergunta e participar do Guru dos Carros!
Trocar um Volkswagen Nivus 2022 por um modelo elétrico como o BYD Dolphin ou o Ora 03 pode ser vantajoso dependendo do seu perfil de uso, rotina e expectativas em relação ao novo carro. Vamos analisar os pontos principais dessa comparação para ajudá-lo na decisão.
Sem dúvida, o grande atrativo dos elétricos como a dupla Dolphin/Dolphin Mini e o Ora 03 está no custo por quilômetro rodado. Enquanto o Nivus roda, em média, 12 km/l com gasolina (custo aproximado de R$ 0,48/km), os modelos elétricos consomem cerca de 13 a 15 kWh/100 km, o que equivale a um gasto de R$ 0,10 a R$ 0,15/km (considerando tarifa residencial padrão). Ou seja, o custo de uso pode ser até três a quatro vezes menor.
Além disso, os elétricos dispensam troca de óleo, demais fluidos e outros componentes de manutenção periódica, o que reduz o custo de propriedade do carro.
Em termos dinâmicos, os carros elétricos têm uma particularidade inerente à este tipo de propulsão que é o torque máximo instantâneo, fato que confere acelerações e retomadas bem mais responsivas, favorecendo a condução urbana. Soma-se a isso o silêncio a bordo e a ausência de vibração, características que conquistam muitos consumidores.
Um ponto relevante a ser considerando por quem está ponderando a aquisição de um automóvel elétrico é o alcance oferecido pelo modelo. O BYD Dolphin, por exemplo, oferece autonomia para 291 km na versão GS de acordo com o padrão brasileiro, enquanto o Ora 03 tem alcance de 232 km homologado no país. Para uso urbano e até intermunicipal, essas autonomias são mais que suficientes — desde que você tenha acesso facilitado à recarga.
Se você mora em casa com garagem ou condomínio com ponto de carga já instalado, preferencialmente na sua vaga, os elétricos ganham pontos. Porém, se depende da rede pública ou precisa viajar com frequência para locais sem infraestrutura, os carros térmicos ou híbridos ainda levam vantagem.
Esse é um ponto de atenção. Os carros térmicos convencionais têm um perfil de desvalorização já conhecido no mercado de usados. Já os elétricos, por serem mais recentes e por estarem sujeitos à evolução rápida da tecnologia e mudanças em políticas de incentivo, ainda têm comportamento de mercado incerto a médio e longo prazos. A BYD, no entanto, tem se consolidado no Brasil, o que tende a mitigar esse risco sobretudo no caso do Dolphin Mini, atualmente o carro elétrico mais vendido em nosso país.
Em resumo, Tomaz, se você busca redução de gasto com combustível, roda majoritariamente em áreas urbanas e tem acesso fácil à recarga residencial, a troca por um elétrico como o Dolphin (mais racional e acessível) ou o Ora 03 (mais sofisticado) faz sentido — especialmente se valoriza tecnologia e uma condução mais refinada.
Por outro lado, se você ainda depende de autonomia ampliada, viaja com frequência ou prefere um modelo com maior liquidez no mercado de usados, seguir com um carro térmico convencional ou migrar para um híbrido pode ser mais prudente neste momento.
Espero ter ajudado!
Se você mora em condomínio, primeiramente converse com o síndico sobre eventuais restrições ao seguro, e sobre instalação de um ponto de recarga na garagem. Já há processos judiciais onde até a seguradora se recusou a pagar indenização por incêndio em carro elétrico que causou prejuízos a terceiros, “por não ter sido informada do novo risco”