Ford promete revolucionar elétricos e anuncia picape inédita para 2027
Investimento de US$ 5 bilhões inclui modelo com preço competitivo, alto desempenho e mais espaço interno que um Toyota RAV4
César Tizo - agosto 11, 2025
A Ford anunciou nesta segunda-feira (11) um de seus movimentos mais ousados rumo à eletrificação: um investimento de cerca de US$ 5 bilhões para criar uma nova geração de veículos elétricos, liderada por uma picape média totalmente elétrica com estreia prevista para 2027. O projeto não se limita a lançar um produto; ele envolve repensar desde a arquitetura do veículo até a forma como ele será fabricado.
O plano contempla a modernização da Louisville Assembly Plant, no Kentucky, e a construção da BlueOval Battery Park Michigan, onde serão produzidas baterias de fosfato de ferro-lítio (LFP) prismáticas — uma tecnologia sem cobalto e níquel, mais barata e durável, que também melhora a segurança e a estabilidade térmica. No total, a marca espera criar ou manter quase 4 mil empregos diretos nos EUA.
Nova plataforma
O projeto estreia a Ford Universal EV Platform, que permitirá a produção em escala de veículos elétricos acessíveis, com atualizações remotas de software (over-the-air) e características de condução esportiva.
A plataforma foi concebida para reduzir em 20% o número de peças e exigir 25% menos fixadores, além de cortar o chicote elétrico em mais de 1,3 km e 10 kg de peso. Isso resulta em menor custo de montagem, mais confiabilidade e menos pontos de falha.
O pacote de baterias, que também funciona como parte estrutural do chassi, ajuda a abaixar o centro de gravidade, melhora o espaço interno e contribui para uma cabine mais silenciosa.
Plataforma universal da Ford para elétricos será amplamente versátil
Picape elétrica
O primeiro modelo será uma picape média de quatro portas com preço inicial estimado em US$ 30 mil nos EUA, cerca de R$ 163 mil pela cotação atual. Segundo a Ford, o veículo terá desempenho equivalente ao de um Mustang EcoBoost no 0 a 100 km/h, oferecerá mais espaço interno que um Toyota RAV4 e contará com soluções práticas, como um porta-malas frontal (frunk) e caçamba com fechamento seguro.
A marca reforça que não se trata de um modelo “espartano” ou simplificado para atingir preço baixo — a proposta é competir com rivais em desempenho, tecnologia e custo-benefício.
Montagem “em árvore”
Mais de um século depois de criar a linha de montagem móvel, a Ford está reinventando o processo com o Ford Universal EV Production System. Em vez de um único fluxo linear, a nova linha funciona como um “assembly tree”: três submontagens (frente, traseira e conjunto estrutural da bateria com interior) avançam em paralelo e se unem na fase final.
A mudança traz ganhos de até 40% no tempo de montagem em relação aos veículos atuais produzidos em Louisville. Além disso, o sistema melhora a ergonomia para os funcionários, reduzindo movimentos repetitivos como torções e inclinações.
Diferença entre uma linha de montagem convencional e o novo sistema “em árvore”
Impactos
A modernização da planta de Louisville incluirá expansão física de 52 mil m² e a instalação da rede digital mais rápida e com mais pontos de acesso entre todas as fábricas da Ford no mundo, permitindo inspeções de qualidade mais ágeis e precisas.
O investimento no Kentucky se soma aos US$ 3 bilhões já confirmados para a fábrica de baterias em Michigan. Juntos, os dois projetos somam aproximadamente US$ 5 bilhões e reforçam a estratégia da Ford de verticalizar a produção de componentes críticos, reduzir a dependência de importações e garantir preços mais competitivos no mercado de elétricos.
Segundo o CEO Jim Farley, a nova plataforma foi pensada “do zero” para unir prazer ao dirigir, custo de propriedade reduzido e espaço interno otimizado. “Não queríamos apenas um bom esforço, queríamos algo rentável e sustentável desde o início, feito por trabalhadores americanos”, afirmou.
Primeiro modelo elétrico da Ford baseado na nova plataforma será uma picape com previsão de estreia para 2027
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Cássio Luiz Rosinha
1 dia atrás
Bom produto para colocar uma tarifa de importação de 90%. É só para rico mesmo e eles não se importam com preço. E dava uma ajuda para os cofres do tesouro nacional
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Bom produto para colocar uma tarifa de importação de 90%. É só para rico mesmo e eles não se importam com preço. E dava uma ajuda para os cofres do tesouro nacional