Polo Industrial cresce 30% no semestre, gera mais de 20 mil empregos diretos e ganha força com alta das bicicletas elétricas
César Tizo - agosto 19, 2025
O Polo Industrial de Manaus (PIM) reafirmou sua posição de potência global na produção de veículos de duas rodas. No primeiro semestre de 2025, o setor atingiu faturamento recorde de R$ 23,3 bilhões, crescimento de 30,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados do PEA (Painel da Economia Amazonense).
Com capacidade anual de produção de 1,8 milhão de motocicletas e 500 mil bicicletas, o PIM se mantém como o maior polo fora do eixo asiático, abastecendo uma rede nacional de mais de 7,8 mil pontos de venda e concessionárias.
O desempenho econômico também reflete na geração de empregos: até julho, 20,3 mil trabalhadores atuavam diretamente no polo, um avanço de 8,56% sobre 2024 (18,7 mil). No Brasil, a cadeia produtiva de duas rodas sustenta cerca de 150 mil empregos diretos.
Entre os destaques, a produção de bicicletas elétricas ganhou força em 2025. De acordo com a Abraciclo, a fabricação registrou alta de 122%, com 18,2 milhões de unidades até julho, frente a 9,2 milhões no mesmo período de 2024. Atualmente, o polo produz 45 modelos de e-bikes, alinhados às tendências globais de mobilidade sustentável.
“O polo de Duas Rodas de Manaus é um exemplo claro de como o Brasil pode competir de igual para igual com os maiores centros industriais do mundo. Temos alta capacidade produtiva, tecnologia de ponta, processos sustentáveis e uma rede de fornecedores que garante qualidade e agilidade ao consumidor”, afirmou Lúcio Flávio de Moraes, presidente executivo do CIEAM (Centro da Indústria do Estado do Amazonas).
A indústria de duas rodas instalada no Brasil é certificada por padrões internacionais, como a ISO 9001, e se destaca pela inovação e responsabilidade ambiental. Atualmente, 65% da produção nacional adota motorização bicombustível (etanol/gasolina), reforçando o compromisso do setor com soluções mais limpas e eficientes.
As motocicletas fabricadas em Manaus incorporam tecnologia comparável aos principais mercados globais, com garantia média entre dois e quatro anos e rede de reposição ampla, o que assegura eficiência no atendimento ao consumidor.
Os dados e tendências foram debatidos no webinar “Diálogos Amazônicos”, moderado por Márcio Holland, da FGV EESP, com participação de Marcos Bento, presidente da Abraciclo e executivo da Moto Honda da Amazônia, e Fernando Rocha, vice-presidente da Caloi.
