Motores diesel com os dias contados? Toyota já tem uma alternativa
Planejamento estratégico da marca indica que a transição do diesel para outras formas de propulsão começará na década de 2030
César Tizo - setembro 19, 2025
Os motores diesel, tradicionalmente dominantes em picapes, utilitários e SUVs de grande porte, pode estar perto do fim, segundo projeções da divisão australiana da Toyota. Ainda assim, os veículos com este tipo de propulsor, entre eles o Fortuner e a Hilux, respondem por expressivos 48,4% do volume total de 163.491 unidades que a companhia emplacou na Austrália ao longo dos oito primeiros meses de 2025.
No entanto, o vice-presidente de vendas, marketing e operações de franquia da Toyota na Austrália, Sean Hanley, alerta que, no longo prazo, o combustível fóssil pode perder espaço para uma alternativa limpa e promissora: o hidrogênio.
Segundo Hanley, entre 2030 e 2035, a demanda por veículos a célula de combustível (FCEV, na sigla em inglês) deve crescer significativamente, tornando-os capazes de substituir os modelos a diesel.
“Os propulsores diesel não vão desaparecer na próxima década, mas, a longo prazo, não consigo imaginar que ele será o combustível do futuro. O hidrogênio é limpo, tem autonomia competitiva, e a infraestrutura será mais conveniente e acessível”, explicou o executivo.
Motores diesel começarão a ser substituídos a partir da próxima década
Essa estratégia coloca a Toyota em contraste com grande parte da indústria automotiva global, que abandonou o hidrogênio e foca em veículos elétricos a bateria (BEVs).
O desafio, segundo especialistas, continua sendo a infraestrutura de abastecimento: para que os FCEVs se tornem viáveis, serão necessárias redes de postos que acompanhem a praticidade do diesel e dos pontos de recarga elétrica atuais.
A aposta da Toyota também reflete um movimento estratégico de longo prazo para mercados altamente dependentes de diesel, como Austrália, Oriente Médio e algumas regiões da Europa.
O deslocamento para hidrogênio, na visão da fabricante, permitiria que picapes, vans e SUVs grandes mantenham desempenho, autonomia e conveniência sem emissões de poluentes, preservando a competitividade da marca em segmentos que historicamente demandam robustez e confiabilidade mecânica.
Apesar dos desafios, a montadora continua investindo em pesquisa e desenvolvimento, aprimorando a terceira geração de células de combustível, que prometem ser mais eficientes e econômicas, com potencial de custo reduzido e maior durabilidade.
A iniciativa da Toyota reforça a ideia de que o futuro da mobilidade pesada pode não estar limitado apenas às baterias elétricas, mas também em soluções híbridas e de hidrogênio para veículos de grande porte ou de uso intensivo.