Ram Dakota será aposta “premium” da Stellantis entre picapes médias
Novidade, que será lançada no Brasil em 2026, vai posicionar a marca norte-americana no disputado segmento de médio porte
César Tizo - setembro 27, 2025
Aos poucos, a Stellantis vai deixando clara sua estratégia para o segmento de picapes, explorando o amplo portfólio de marcas que oferece no Brasil.
Enquanto nas categorias compacta e intermediária a empresa já está muito bem posicionada com a Fiat Strada e a Fiat Toro, para o segmento de médio porte a companhia encontrou um caminho distinto – e ao mesmo tempo muito promissor.
A ideia da Stellantis, ao que tudo indica, será entregar produtos direcionados a perfis específicos de consumidores, usando de maneira hábil os nomes famosos do setor automotivo que estão sob seu comando.
Esse movimento faz sentido, uma vez que o segmento em questão apresenta características peculiares hoje em dia, algumas delas realçadas pela recente estreia da Poer P30 no Brasil. É cada vez mais evidente a demanda de boa parte dos consumidores por versões mais racionais das picapes médias, voltadas a clientes que priorizam a robustez desses veículos, mas não colocam sofisticação ou nível de equipamentos em primeiro plano.
É nesse espaço que se encaixam algumas configurações específicas das picapes médias, oferecendo preços entre R$ 260 mil e R$ 280 mil e o “combo” favorito do segmento: motor diesel, tração 4×4 e câmbio automático. Alguns bons exemplos são a própria Poer P30 (tabelada em competitivos R$ 260.000 na versão Exclusive) e a Nissan Frontier Attack (R$ 277.590). Nesse nicho, a Stellantis aposta na Fiat Titano, competitiva desde sua opção de entrada Endurance manual (R$ 233.990), mas tendo na versão intermediária Volcano (R$ 263.990) uma alternativa com bom custo-benefício.
Projeção busca antecipar as formas definitivas da Ram Dakota – Imagem: Theottle
Olhando para cima
Mas é na faixa superior do segmento que alcançamos o Olimpo das versões topo de linha. Estamos falando de catálogos bem acima de R$ 300 mil e consolidados como a escolha preferida de muitos consumidores de picapes médias. São opções que aliam acabamento interno diferenciado, muitos equipamentos de conforto e elevado pacote de tecnologia e assistência à condução.
A Ford, indiscutivelmente, fez uma excelente leitura do mercado e ganhou destaque nesse patamar com a nova geração da Ranger, em especial nas versões equipadas com o motor V6 turbodiesel.
E a resposta da Stellantis para os consumidores dessa faixa superior virá pela Ram, marca que já se consolidou no Brasil como referência entre os veículos premium, mérito de sua linha full-size (1500, 2500 e 3500). É nessa percepção de luxo e capacidade que a futura Ram Dakota se apoiará para disputar espaço entre as picapes médias.
Compartilhando a estrutura com a Fiat Titano e fabricada na mesma planta na Argentina, a Dakota passará por um processo de diferenciação para se alinhar ao padrão de produtos da marca norte-americana.
Projeção busca antecipar as formas definitivas da Ram Dakota – Imagem: Theottle
Além de design exclusivo, a novidade deve receber materiais mais sofisticados no interior e uma lista de equipamentos abrangente. Essa estratégia já se mostrou eficaz em um degrau imediatamente abaixo, no caso com a dupla Fiat Toro e Ram Rampage, ambas derivadas da mesma plataforma.
No quesito mecânico, a expectativa é que a Dakota utilize o mesmo 2.2 turbodiesel de até 200 cv, associado ao câmbio automático de 8 marchas e sistema de tração 4×4, combinação já aplicada na gama Titano 2026.
Embora, diante da proposta da Dakota, fizesse sentido uma alternativa com desempenho superior, até o momento não há indícios de que a Ram planeje oferecer outras motorizações para a picape. Talvez a marca ao menos cogite extrair mais potência e torque do 2.2 turbodiesel, como forma de reforçar a diferença em relação à irmã da Fiat.
De todo modo, com a chegada da Ram Dakota em 2026, a Stellantis passará a contar com uma das gamas de picapes mais amplas da região, cobrindo praticamente todas as faixas do mercado. Vamos acompanhar, futuramente, como os consumidores responderão a essa estratégia.