Bombeiros de SP preparam regra para recarga de carros elétricos em garagens
Norma estadual será mais objetiva e baseada em NBRs, contrastando com diretriz da Ligabom criticada por excesso de exigências
César Tizo - setembro 30, 2025
O Corpo de Bombeiros de São Paulo anunciou que divulgará nos próximos dias uma instrução específica para a instalação de pontos de recarga de veículos elétricos ou híbridos plug-in em garagens residenciais e comerciais.
A medida foi apresentada durante o seminário “Caminhos da Eletromobilidade Urbana em São Paulo”, evento promovido pela Prefeitura de São Paulo no Memorial da América Latina e que contou com representantes da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Administração de Imóveis de São Paulo) e Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil).
Segundo o capitão Renato Adashi, a regra paulista trará maior segurança às edificações e previsibilidade para empresas do setor, além de dar clareza a síndicos e administradores prediais.
O texto prevê a obrigatoriedade de seguir normativas da ABNT, como a NBR 5410 (instalações elétricas de baixa tensão) e a NBR 17019 (alimentação de veículos elétricos), além de exigir que o instalador seja habilitado por sua entidade profissional e assuma responsabilidade técnica pelas obras.
A ABVE avaliou as medidas como positivas, afirmando que elas reduzirão a insegurança regulatória e oferecerão mais tranquilidade a condôminos e gestores.
Divergência com a Ligabom
A iniciativa contrasta com a diretriz divulgada no fim de agosto pela Ligabom (Conselho Nacional dos Comandantes de Bombeiros), que buscava unificar regras nacionais para a recarga de veículos eletrificados.
O documento federal recebeu críticas do setor por impor exigências consideradas excessivas, como a instalação de sprinklers e sistemas de exaustão em garagens já existentes, além de prazos curtos para adequação.
A ABVE chegou a classificar o texto da Ligabom como “discriminatório contra a eletromobilidade”, alertando que poderia desestimular a implantação de pontos de recarga e gerar conflitos jurídicos.
Já em São Paulo, o Corpo de Bombeiros sinalizou que adotará uma abordagem mais gradual, voltada a orientações técnicas de aplicação imediata e sem impor custos adicionais desproporcionais.
Para os representantes do setor, o movimento paulista reforça a necessidade de normas claras, viáveis e proporcionais aos riscos, permitindo que a expansão da infraestrutura de recarga ocorra em segurança e sem entraves à modernização do mercado.
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