Bio-Hybrid: Stellantis detalha como vai eletrificar seus modelos nacionais
Grupo, que reúne marcas como Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, apresenta quatro plataformas que serão utilizadas em suas fábricas no Brasil
César Tizo - agosto 1, 2023
Novidade importante foi anunciada pela Stellantis nesta terça-feira (1º). O grupo empresarial responsável pelas marcas Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e Ram no Brasil detalhou a tecnologia Bio-Hybrid, como serão chamadas as plataformas de eletrificação para os veículos nacionais da companhia.
As plataformas em questão foram desenvolvidas no Tech Center Stellantis na América do Sul e poderão ser aplicadas em todas as fábricas da empresa no Brasil, no caso Betim (MG), Porto Real (RJ) e Goiana (PE).
Procurada pelo Guru dos Carros, a Stellantis detalhou que os primeiros modelos contruídos sobre a arquitetura Bio-Hybrid chegarão ao mercado a partir de 2024. A marca escolhida para estrear a iniciativa, porém, não foi antecipada pela empresa.
O programa Bio-Hybrid é baseado em quatro arquiteturas, como detalha a Stellantis:
Bio-Hybrid
Traz como elemento um novo dispositivo elétrico multifuncional, que substitui o alternador e o motor de partida. Trata-se de equipamento capaz de fornecer energia mecânica e elétrica, que tanto gera torque adicional para o motor térmico do veículo quanto gera energia elétrica para carregar a bateria adicional de Lítio-Íon de 12 Volts, que opera paralelamente ao sistema elétrico convencional do veículo. O sistema gera potência de até 3KW (4 cv), garantindo melhor performance ao automóvel e redução de consumo de combustível.
Bio-Hybrid e-DCT
Conta com o serviço de dois motores elétricos. O primeiro deles é o que substitui o alternador e o motor de partida. Adicionalmente, outro motor elétrico de maiores proporções é acoplado à transmissão. Uma bateria de Lítio-Íon de 48 Volts dá suporte ao sistema e também é alimentada pelos dispositivos. Uma gestão eletrônica controla a operação entre os modos térmico, elétrico ou híbrido, otimizando eficiência e economia.
Bio-Hybrid PLUG-IN
Conta com bateria de Lítio-Íon de 380 Volts, recarregada através de sistema de regeneração nas desacelerações, alimentada pelo motor térmico do veículo ou por meio de fonte de alimentação externa elétrica (plug-in). A arquitetura conta ainda com motor elétrico que entrega potência diretamente para as rodas do carro. O sistema gerencia operação entre modo térmico, modo elétrico ou híbrido, otimizando eficiência e economia.
BEV (100% Elétrica)
Totalmente impulsionada por um motor elétrico de alta tensão alimentado por uma bateria recarregável de 400 Volts, por meio de sistema de regeneração ou através de recarga externa (plug-in). A arquitetura oferece torque instantâneo, com acelerações rápidas e responsivas.
O que a Stellantis já deixa claro é que as opções híbridas serão flex, uma vez que o etanol desempenha uma função importante para otimizar a descarbonização dos automóveis.
Quando considerado no ciclo de vida completo do automóvel, o uso do etanol é extremamente eficiente em emissões, uma vez que a cana-de-açúcar em seu ciclo de desenvolvimento vegetal absorve CO2, o que proporciona cerca de 60% de mitigação final do gás poluente emitido quando comparado ao uso da gasolina, explica a Stellantis em seu comunicado.
“São plataformas baseadas em tecnologias diferentes, que apresentam distintos graus de combinação térmica e da eletricidade na propulsão do veículo. Cada uma destas tecnologias tem sua aplicação e, juntas, atendem a todas as faixas de consumidores, tornando acessíveis os sistemas híbridos baseados na combinação da propulsão térmica flex com a eletricidade”.
Marcio Tonani, vice-presidente do Tech Center da Stellantis América do Sul
Essa vantagem do etanol quando considerado o ciclo do “campo-à-roda” chega a torná-lo uma alternativa superior até mesmo a carros elétricos na Europa.
Como é possível ver no vídeo abaixo, a propulsão a etanol emitiu 18% menos CO2 do que um veículo elétrico abastecido com energia europeia devido à sua geração baseada em fontes fósseis. Na comparação com gasolina, a redução das emissões é superior a 60%.
Portanto, combinar o etanol, um forte aliado na redução das emissões de CO2, com a eletrificação se apresenta como uma alternativa competitiva de transição para uma mobilidade de baixo carbono.
Essa rota de transição é necessária para tornar a mobilidade sustentável e, ao mesmo tempo, acessível, já que os veículos elétricos, apesar de eficientes no processo de descarbonização, ainda possuem um custo elevado, o que impede sua aquisição por grande parte dos consumidores de países em desenvolvimento com características de renda como as do Brasil, conclui a Stellantis.
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