Mercado em outubro/2025: marcas e modelos mais vendidos e análise de Marcelo Cavalcante
Desempenho das vendas em outubro revela estabilidade no mercado automotivo e mudanças no ranking entre as principais montadoras
César Tizo - novembro 3, 2025
Consultor Marcelo Cavalcante de Lima analisa os dados de mercado relativos ao fechamento do mês de outubroe os pontos que foram destaque
O setor de automóveis e comerciais leves fechou o mês de outubro com 247.766 unidades, anotando crescimento de 7,09% em relação a setembro. Quando comparamos com o mesmo período de 2024, as vendas recuam 0,85%.
A interrupção parcial da produção da Toyota em função do vendaval que atingiu a unidade de Porto Feliz afetou o desempenho de outubro. Podemos atribuir à indisponibilidade de estoque entre 6 mil e 7 mil unidades que deixaram de ser entregues. A produção plena só deve retornar em janeiro de 2026.
O setor encerrou o primeiro semestre com crescimento de 5,05%. Já nos quatro meses do segundo semestre, o mercado permaneceu estável em relação ao ano anterior.
No acumulado do ano, já foram vendidas 2.055.204 unidades. Esse volume representa crescimento de 2,76% ante 2024. Contudo, na comparação com o ciclo pré-pandemia, o setor ainda recua 5,56%.
As vendas de veículos de novas energias fecharam outubro com 27.740 unidades, alta de 2,29% ante setembro. No acumulado do ano, já são 219.303 unidades, crescimento expressivo de 58,32% na comparação anual. Esse segmento também foi afetado pela falta de modelos híbridos puros nacionais da Toyota.
Os veículos 100% elétricos encerraram outubro com 7.901 unidades. No acumulado, 61.062 EVs foram entregues, alta de 17,91%.
Os híbridos plug-in (PHEV) lideraram as vendas do mês com 9.262 unidades. O acumulado totaliza 75.226 veículos, crescimento de 34,30%.
Os híbridos puros (HEV), incluindo os modelos com tecnologia REEV (extensor de autonomia), registraram queda mensal de 20,47% — reflexo direto da indisponibilidade de estoque da Toyota. No acumulado, já soma 27.497 unidades (+14,05%).
Os híbridos leves (MHEV) encerraram outubro com 6.508 unidades, totalizando 52.202 veículos no ano e crescimento de 276%.
Outras análises detalhadas serão apresentadas em artigo específico sobre o segmento eletrificado.
A modalidade de vendas no varejo fechou o acumulado do ano com 1.011.162 unidades e participação de 49,20%. O volume do varejo recua 2,77%.
As vendas diretas (atacado) somam 1.044.042 unidades no ano e participação de 50,80%, avanço de 8,76%.
Relatos da linha de frente
Mesmo com um cenário desafiador, a rede se mostra otimista para o último bimestre do ano. Há preocupação com uma eventual nova crise de semicondutores, mas trata-se de uma variável fora do controle do varejo.
O Sr. André Scinocca, Operador do Grupo Dahruj (BYD e Nissan), destaca que novembro contará com grande disponibilidade de estoque da BYD, que deve aproveitar a ocasião para uma forte campanha de Black Friday. No segmento de seminovos, o grupo bateu recorde em outubro: veículos entre R$ 70 mil e R$ 100 mil responderam por 55% das vendas.
O Sr. Eloi Carvalho Rocha, Diretor Operacional do Grupo Navesa, relatou que, na Ford, as metas foram atingidas. O resultado poderia ser ainda melhor não fosse a falta de alguns modelos, como o Ford Bronco, cuja demanda superou a oferta. Rocha também pontua o excelente desempenho da Ranger.
O Sr. Jerdean Barbosa, Gerente de Pós-Vendas BMW no Grupo Barigui, reforçou que os objetivos foram alcançados em outubro, consolidando o bom momento da marca no Brasil.
O Sr. Davidson Morais, Diretor de Vendas da plataforma Auto Avaliar, informou que outubro foi encerrado com mais de 25.500 repasses — alta entre 4% e 5%. O giro de estoque continua sendo destaque mesmo com oscilação nos preços dos seminovos. As avaliações de carros na troca subiram 4%, totalizando mais de 325 mil no mês. A captação também cresceu 7%. Ele observa que feriados em novembro e o calendário mais curto em dezembro devem forçar ações comerciais mais agressivas das montadoras e da rede.
O Sr. Alexandre Prado, Gerente de Vendas da concessionária Zeekr em Curitiba, destaca entusiasmo para o último bimestre. A marca chega com estoque renovado e prepara ação especial com modelos selecionados, criando boa oportunidade para quem busca veículos elétricos premium.
No geral, todos reportaram um mês desafiador, marcado pela falta de alguns produtos, juros elevados e uma segunda quinzena mais lenta — mas com perspectiva positiva para o restante do ano.
Marcas mais vendidas
A Fiat encerrou outubro na liderança com 50.651 unidades, alta de 7,21%. No acumulado, já são 435.279 veículos vendidos, avanço de 3,11% ante 2024 e forte crescimento de 45% frente ao período pré-pandemia.
A Volkswagen consolidou a 2.ª posição com 41.760 unidades (+5,23%), maior volume mensal da marca no ano. No acumulado, a VW soma 347.667 veículos (+9%), crescimento de 4,32% em relação ao pré-pandemia.
A GM fechou o mês com 26.933 unidades (+4,77%), também com maior volume mensal do ano. No acumulado, 218.882 veículos foram vendidos — queda de 13% ante 2024 e recuo de 43,74% frente ao pré-pandemia.
A Hyundai registrou alta de 27% com 24.170 unidades, recorde anual da marca, mantendo a 4.ª posição com 162.985 no acumulado.
A Toyota, impactada pela paralisação em Porto Feliz, encerrou outubro com o segundo menor volume do ano: 12.762 unidades (-37,85% em 1 ano e -20,77% ante setembro).
A Honda cresceu 26,35%, com 10.085 unidades. A GWM avançou 29,22%, com 5.227 veículos.
No segmento premium, crescimento de 5% no acumulado: BMW lidera com 13.799 unidades, seguida por Volvo (7.899) e Mercedes-Benz (7.484).
Entre os eletrificados, liderança da BYD com 87.392 unidades no ano (+49%).
Modelos mais vendidos
A Fiat Strada manteve a liderança, com 14.041 unidades (+1,19%). No acumulado: 115.339 unidades, leve recuo de 0,65%.
O VW Tera alcançou a 2.ª posição em outubro com 10.162 unidades (+33,53%). No acumulado do ano, ocupa a 29.ª posição com 27.922 veículos.
O Fiat Argo ficou em 3.º em outubro (9.981 unidades, +5,24%). No acumulado, mantém o 3.º lugar com 83.992 unidades (+13,83%).
O VW Polo, vice-líder no acumulado, fechou o mês apenas em 5.º lugar.
Os dados são prévios e podem sofrer pequenos ajustes. O objetivo é demonstrar tendências claras do setor.
Agradecemos a todos e desejamos um ótimo mês de novembro.
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