Fiat Grande Panda Hybrid se destaca em teste na Europa e antecipa sucessor do Argo no Brasil
Hatch de visual retrô-moderno, motorização micro-híbrida e foco em custo-benefício pode inspirar próximo compacto nacional da Fiat
César Tizo - dezembro 17, 2025
O novo Fiat Grande Panda Hybrid foi avaliado recentemente por alguns veículos da imprensa especializada na Europa e deixou uma impressão positiva ao combinar design carismático, boa dose de praticidade e preços competitivos, reposicionando a Fiat no disputado segmento de hatches pequenos. O modelo merece atenção especial do público brasileiro, já que o Grande Panda deve servir de base para o sucessor do Fiat Argo, com estreia prevista em nosso mercado a partir de 2026, ainda que as motorizações locais não estejam definidas.
Posicionado na categoria abaixo de 4 metros de comprimento (com exatos 3.999 mm), o Grande Panda adota uma proposta que mistura hatch e crossover, rivalizando diretamente com modelos como Dacia Sandero Stepway e Citroën C3 na Europa. Ele utiliza a arquitetura Smart Car da Stellantis, desenvolvida inicialmente para mercados emergentes — incluindo América do Sul —, o que reforça sua relevância estratégica para o Brasil.
Fiat Grande Panda Hybrid
No teste dos europeus, o destaque ficou para a versão Hybrid, equipada com motor 1.2 turbo de três cilindros, associado a um sistema micro-híbrido e câmbio de dupla embreagem com 6 marchas. O conjunto entrega 109 cv de potência combinada e 205 Nm de torque (aproximadamente 20,9 kgfm), proporcionando aceleração de 0 a 100 km/h em cerca de 10 segundos. A bateria de apenas 0,9 kWh claramente não permite do Grande Panda Hybrid rodar apenas em modo elétrico, mas contribui para menor consumo e mais suavidade em uso urbano.
Fiat Grande Panda Hybrid
O visual do modelo foi amplamente elogiado pela imprensa europeia. A Fiat conseguiu unir referências claras ao Panda original dos anos 1980 com soluções modernas, como iluminação em LEDs com assinatura “pixelizada”, formas geométricas marcantes e diversos detalhes gráficos espalhados pela carroceria. O resultado é um carro imediatamente reconhecível como Fiat, mesmo compartilhando base com outros modelos da Stellantis.
Fiat Grande Panda Hybrid
Por dentro, o Grande Panda aposta em um ambiente simples, porém criativo. O acabamento utiliza majoritariamente plásticos rígidos — algo esperado na proposta de baixo custo —, compensados por uso inteligente de cores, texturas e elementos sustentáveis, como o acabamento do painel feito com fibras naturais. O espaço interno surpreende para o porte, acomodando quatro adultos com conforto e oferecendo porta-malas de 412 litros, número competitivo até mesmo frente a alguns SUVs compactos.
Fiat Grande Panda Hybrid
Em movimento, o hatch híbrido se mostra bem ajustado ao uso urbano, com direção extremamente leve em baixas velocidades, suspensão confortável e rodar silencioso. Em vias rápidas, o comportamento é correto, embora o isolamento acústico e a sofisticação da plataforma revelem seu posicionamento mais acessível. Entre os pontos negativos citados pelos europeus estão a ausência de assistentes mais avançados de condução, como piloto automático adaptativo, e alguns alertas sonoros excessivos dos sistemas de segurança.
Fiat Grande Panda Hybrid
Na Europa, o Grande Panda Hybrid parte de cerca de € 21 mil, enquanto versões a combustão, elétricas e com câmbio manual ampliam a gama. Esse leque reforça a flexibilidade do projeto — algo que pode se refletir no Brasil, seja com motores puramente flex, micro-híbridos ou até opções eletrificadas mais sofisticadas no futuro.
Fiat Grande Panda Hybrid
No balanço geral, o Fiat Grande Panda Hybrid cumpre bem a missão de ser um carro acessível, funcional e com forte apelo emocional.
Se a Fiat conseguir adaptar essa fórmula à realidade brasileira, o sucessor do Argo poderá chegar bem-posicionado para honrar o forte legado construído pela marca em um dos segmentos mais competitivos do mercado nacional.