Gasolina com mais etanol traz riscos a híbridos não flex?
Leitor está interessado em um Omoda 5 e deseja saber se a nova composição da gasolina pode afetar o SUV
César Tizo - dezembro 16, 2025
Qual a probabilidade de um carro híbrido não flex (caso do Omoda 5) apresentar problemas mecânicos, considerando que a gasolina brasileira tem cerca de 30% de etanol – pergunta enviada por José
José, obrigado por enviar sua pergunta e participar do Guru dos Carros!
Falando especificamente do Omoda 5, entramos em contato com a fabricante em busca de um posicionamento oficial sobre o assunto. A empresa emitiu a seguinte nota ao site:
“Os carros da Omoda & Jaecoo já foram desenvolvidos para trabalhar com E30, condição exigida pela legislação brasileira atualmente. Dessa maneira, o veículo mantém a mesma eficiência, sem ocasionar quaisquer danos à motorização.”
Em paralelo, vale destacar que um estudo coordenado pelo Ministério de Minas e Energia e conduzido pelo Instituto Mauá de Tecnologia avaliou o comportamento de 16 veículos leves e 13 motocicletas abastecidos com gasolina contendo entre27% e 32% de etanol (E27 a E32). Foram analisados aspectos como partida a frio, aceleração, retomadas, consumo e emissões.
Omoda 5: modelo conta com mecânica híbrida apenas a gasolina
O resultado, como já relatamos em outras análises aqui no site, foi bastante consistente:
Veículos modernos não apresentaram diferenças relevantes de desempenho ou consumo quando abastecidos com gasolina E27 ou E30/E32;
As emissões permaneceram estáveis, sem impactos negativos perceptíveis;
As pequenas variações observadas ocorreram em veículos mais antigos, com tecnologia defasada, e não foram atribuídas ao combustível em si;
No caso das motocicletas carburadas, houve maior dificuldade de partida a frio, mas o efeito não foi significativo em modelos mais recentes com injeção eletrônica.
Ou seja: para carros atuais — sejam eles equipados com motores de injeção direta, turbo ou até no caso de sistemas híbridos — a maior proporção de etanol na gasolinanão representa risco. Pelo contrário, contribui para a redução das emissões e pode até elevar a octanagem do combustível, beneficiando a eficiência do conjunto mecânico.
Na prática, portanto, o combustível vendido atualmente no Brasilnão é um problema para veículos que operam apenas a gasolina, desde que tenham sido desenvolvidos para os padrões mais recentes de emissões e tecnologia.
O cuidado maior continua sendo abastecer empostos de confiança, para evitar adulterações — estas, sim, nocivas ao motor.
Em outro momento, quando o Guru dos Carros procurou a Anfavea no início das discussões sobre a nova formulação da gasolina comum vendida no Brasil, a entidade explicou que “para aumentar a concentração de etanol anidro na gasolina acima de 30%, por exemplo, será necessário realizar ensaios acompanhados pelas montadoras e fornecedores de combustíveis, a fim de avaliar os efeitos nos motores”.
Portanto, José, caso o Governo Federal venha a optar por elevar a concentração de etanol anidro na gasolina comum acima dos atuais 30%, isso sempre ocorrerá mediante aprovação emensaios técnicos. E, uma vez aprovado, todas as fabricantes serão plenamente capazes de adaptar os motores de seus veículos, mesmo em modelos monocombustível.
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