Trocar um Creta 2022 por um BYD: faz sentido pensando na hora de revender?
Híbridos e elétricos da BYD avançam em tecnologia e custos de uso, mas ainda exigem cautela quando o foco é liquidez no mercado
César Tizo - dezembro 21, 2025
Tenho um Hyundai Creta flex 2022, com 55 mil km, muito bem conservado e com todas as revisões feitas em concessionária. Vale a pena trocá-lo por um BYD Song Pro 2026 ou por um BYD Yuan Pro 2026, adquiridos via CNPJ? Levo em conta principalmente a força da marca e a revenda no futuro – pergunta enviada por Wanderson
Wanderson, obrigado por enviar sua pergunta e participar do Guru dos Carros!
Do ponto de vista racional, especialmente quando o critério principal é marca e facilidade de revenda, o seu Hyundai Creta 2022 ainda está em uma posição bastante confortável. Trata-se de um SUV compacto consolidado no mercado brasileiro, com ampla rede de concessionárias, manutenção previsível e liquidez elevada no mercado de usados. Esses fatores continuam pesando muito na hora da troca, sobretudo para quem não pretende ficar muitos anos com o próximo carro.
Ao olhar para os modelos da BYD, é importante separar bem as propostas. O Song Pro 2026, híbrido plug-in, representa um salto tecnológico relevante em relação ao seu automóvel atual, oferecendo a possibilidade de rodar em modo elétrico no dia a dia, além de contar com bom nível de equipamentos e custo de uso potencialmente menor para quem consegue recarregar com frequência. Nesse contexto, é recomendável ponderar os custos de instalação de um wallbox na residência, o que torna a operação mais simples e prática, especialmente para quem avalia, no médio prazo, a migração para um modelo 100% elétrico.
Acima o BYD Song Pro 2026 atualmente no mercado
Em termos de produto, o Song Pro compete em um patamar bem acima do Hyundai Creta ao considerarmos as dimensões de sua carroceria, o que resulta em uma cabine confortável e em um ótimo porta-malas. No entanto, apesar do rápido crescimento da BYD no Brasil, a marca ainda constrói sua reputação no pós-venda e, principalmente, no mercado de usados. A questão da liquidez na hora da revenda, portanto, tende a evoluir, mas hoje ainda não é tão previsível quanto a de um Hyundai.
O BYD Yuan Pro, por sua vez, é um elétrico puro e exige um perfil ainda mais específico. A compra via CNPJ pode tornar o negócio financeiramente interessante, graças a benefícios fiscais e contábeis, mas o risco de desvalorização é maior. O mercado de elétricos usados no Brasil ainda é incipiente, muito sensível à evolução tecnológica e à queda de preços de modelos novos, o que impacta diretamente o valor residual.
BYD Yuan Pro
Dentro da própria BYD, o Dolphin Mini alcançou o posto de carro elétrico mais vendido no Brasil justamente por sua proposta clara: oferecer mobilidade com baixo custo de propriedade e foco no uso urbano, contexto em que a autonomia mais limitada deixa de ser um entrave. Já ao avançarmos para segmentos de maior porte, os elétricos ainda estão longe de cativar a maior parte do público, que segue demonstrando preferência por modelos exclusivamente térmicos ou com algum grau de eletrificação híbrida.
Em resumo, se a prioridade absoluta for segurança patrimonial, facilidade de revenda e menor risco, o Creta continua sendo a opção mais conservadora, inclusive para permanecer com ele por mais algum tempo. A troca para um BYD faz mais sentido se você estiver disposto a assumir um pouco mais de risco em troca de tecnologia, menor custo operacional e uma experiência mais moderna, especialmente no caso do Song Pro. Já o Yuan Pro é indicado apenas se o uso, os incentivos via CNPJ e a infraestrutura de recarga a qual você tem acesso realmente justificarem a migração para um elétrico puro.