Stellantis não desistiu de oferecer motor 100% a etanol no Brasil
Propulsor otimizado para o uso do biocombustível pode ter como foco clientes corporativos em busca de soluções menos poluentes
César Tizo - agosto 2, 2023
No mesmo evento em que apresentou sua nova família de plataformas Bio-Hybrid, a qual será a responsável pela eletrificação de seus modelos produzidos no Brasil, a Stellantis deixou claro que não desistiu da ideia de oferecer um propulsor 100% otimizado para o uso de etanol.
A proposta de tal motorização havia sido apresentada inicialmente pela Fiat Chrysler ainda em 2019 aqui no Brasil, portanto antes da fusão com a PSA que resultou na Stellantis.
Chamado E4, o motor é um derivado do 1.3 turbo flex com 4 cilindros presente em diversos modelos da Stellantis, tais como a Fiat Toro e o Jeep Renegade.
O grande diferencial do E4 é a “redução dogap energético entre o etanol e a gasolina, que gira em torno de 30%“, detalhou a Fiat Chrysler à época.
“Estamos aprimorando a calibração, partida a frio, razão ar/combustível, injeção direta, turboalimentação e melhoria termodinâmica. Com isto, o etanol será viável mesmo nos níveis rigorosos de regulamentação previstos para a próxima década. O etanol também é competitivo para veículos das categorias híbrido e híbrido plug-in e pode tornar-se a base de células de combustível eficientes”.
João Irineu, vice-presidente de assuntos regulatórios da Stellantis na América do Sul
A grande vantagem do etanol é que, por ser um combustível renovável, ele é altamente eficiente do ponto de vista de emissões.
Isso porque a cana-de-açúcar em seu ciclo de desenvolvimento vegetal absorve de 70% a 80% do CO2 liberado na produção e queima do etanol combustível.
Iniciativas como o etanol de segunda geração podem tornar essa relação ainda mais favorável nos próximos anos.
De acordo com João Irineu, outro ponto que estimula o desenvolvimento de um automóvel 100% a etanol reside nos clientes corporativos e grandes frotistas.
O público em questão pode encontrar em um veículo do tipo uma alternativa bem mais barata em relação a um carro elétrico e também capaz de colaborar com a redução nas emissões de poluentes.
A Stellantis, ao menos até o momento, não sinaliza qual marca ou modelo serão os escolhidos para estrear o motor E4 em nosso mercado.
“Variáveis como peso e aerodinâmica influenciam na potência e no torque do conjunto, por exemplo, assim como as preferências do mercado brasileiro“, explicou Antonio Filosa, presidente da Stellantis para América do Sul, em fala repercutida pelo Automotive Business.
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