Tal propulsor, denominado E4, terá como grande apelo a eliminação do gap energético entre motores a etanol e a gasolina, que hoje gira em torno de 30%.
A novidade da vez é que a Stellantis confirmou nesta semana que a sua nova família de plataformas eletrificadas Bio-Hybrid vai contemplar, além de opções flex, uma solução baseada em propulsor térmico exclusivamente a etanol.
“Nossas tecnologias de descarbonização privilegiam as características e recursos do Brasil, como o etanol e a energia elétrica limpa. Essas tecnologias representam um esforço de nacionalização da produção. Nossa prioridade é descarbonizar a mobilidade, e queremos fazer isto de modo acessível para o maior número de consumidores, desenvolvendo tecnologias e componentes no Brasil”.
Antonio Filosa, presidente da Stellantis para a América do Sul
A grande vantagem do etanol é que, por ser um combustível renovável, ele é altamente eficiente do ponto de vista de emissões.
Isso porque a cana-de-açúcar em seu ciclo de desenvolvimento vegetal absorve de 70% a 80% do CO2 liberado na produção e queima do etanol combustível.
Iniciativas como o etanol de segunda geração podem tornar essa relação ainda mais favorável nos próximos anos.
Acima detalhe do Polo Automotivo Stellantis de Goiana, Pernambuco
Começando por Goiana
Também nesta semana a Stellantis informou que vai alocar no Polo Automotivo de Goiana, em Pernambuco, a produção dos primeiros veículos equipados com as tecnologias Bio-Hybrid.
Atualmente são produzidos por ali a Fiat Toro, a Ram Rampage e o trio da Jeep, no caso o Renegade, Compass e Commander.
Portanto caberá a algum desses modelos tornar-se o primeiro automóvel eletrificado da Stellantis fabricado no Brasil.
O desenvolvimento tecnológico vai resultar também na ampliação significativa do parque local de fornecedores, acrescenta a empresa.
Atualmente, a Stellantis tem no entorno do Polo de Goiana 38 fornecedores de componentes e sistemas, número que deve aumentar para 50 no curto prazo.
Ao longo dos próximos anos, no horizonte do desenvolvimento da nova família de veículos híbridos e elétricos, a cadeia de valor deverá contar com 100 fornecedores instalados em Pernambuco, desenvolvendo e produzindo componentes e soluções para a propulsão híbrida e elétrica, colaborando para descarbonizar a mobilidade.
As três plataformas da família Bio-Hybrid são baseadas em tecnologias diferentes, que apresentam distintos graus de combinação térmica e de eletricidade na propulsão do veículo.
Como já apresentado pela Stellantis, a gama Bio-Hybrid contempla as tecnologias de propulsão híbrida-leve (mais acessível e voltada a automóveis compactos), híbrida plena e híbrida plug-in.
Além da fábrica de Goiana, as plantas de Betim (MG) e Porto Real (RJ) também serão contempladas com as plataformas Bio-Hybrid, o que deixa claro que a Stellantis poderá avançar com a eletrificação de boa parte de seus modelos produzidos no Brasil.