“Era dos carros a combustão está longe de acabar”, declara executivo da VW
Constatação é de Anro Antlitz, CFO da gigante alemã, o qual acrescenta que a empresa manterá uma base sólida de motores térmicos
César Tizo - junho 21, 2024
A Volkswagen continuará a investir bilhões de euros para garantir que seus veículos com motor a combustão permaneçam competitivos, mesmo com a crescente tendência da indústria automotiva em direção à eletrificação. O diretor financeiro e diretor de operações do Grupo Volkswagen, Anro Antlitz, afirmou à Reuters que, embora os veículos elétricos sejam o futuro do transporte rodoviário, a empresa manterá uma base sólida no segmento de motores a combustão interna.
Essa decisão ocorre em um momento em que diversos mercados globais estão enfrentando uma queda na demanda por veículos elétricos a bateria. Com isso, a Volkswagen foi forçada a reavaliar sua estratégia anteriormente anunciada de migrar para os veículos elétricos, interrompendo os esforços para buscar investidores externos para sua unidade de baterias e cancelando os planos para uma fábrica de veículos elétricos de € 2 bilhões na Alemanha.
Agora, a empresa planeja investir dois terços do seu orçamento total de € 180 bilhões em pesquisas envolvendo eletrificação e digitalização, enquanto o terço restante será usado para manter a competitividade de seus veículos a combustão, conforme explicou Antlitz. “O futuro é elétrico, mas a era dos carros a combustão está longe de acabar“, esclareceu.
Arno Antlitz, membro do conselho administrativo do Grupo Volkswagen
Além dos modelos já anunciados, a Volkswagen também pretende desenvolver um pequeno veículo elétrico acessível, agora sem a colaboração da Renault. Os planos de parceria entre Volkswagen e Renault foram cancelados no mês passado, e a alemã desenvolverá sozinha um modelo elétrico abaixo de € 20.000 para competir com os chineses da BYD entre outras marcas da potência asiática.
Simultaneamente, a Volkswagen reconhece que precisará equilibrar a queda nas vendas de veículos elétricos a bateria com a adição de mais modelos híbridos plug-in (PHEV). Essa mudança contraria os planos anteriores de tornar a família ID de veículos elétricos a bateria uma parte central de sua estratégia de curto a médio prazos.
O ex-CEO da Volkswagen, Herbert Diess, havia anunciado planos para introduzir até 75 veículos totalmente elétricos nas próximas décadas, afirmando em 2021 que a mobilidade elétrica “havia vencido a corrida“. No entanto, como outros fabricantes europeus, a Volkswagen enfrentou dificuldades com sua estratégia de eletrificação. A competição crescente, especialmente da China, resultou em atrasos no lançamento de vários modelos, estendendo a vida útil dos modelos com motores a combustão até a próxima década.
Com isso, a VW investirá em mais versões PHEV do hatch médio Golf, assim como para o Tiguan e o futuro SUV 7 lugares Tayron, previsto para o fim de 2025 e que vai ocupar o lugar do Tiguan Allspace vendido no Brasil.
Após comercializar brevemente o Golf GTE no Brasil, a Volkswagen não conta com nenhum híbrido ou híbrido plug-in atualmente no mercado brasileiro. Algo que, certamente, vai mudar no curto prazo. Vamos acompanhar de perto!