Empresa também considera a fabricação local de um híbrido plug-in capaz de aceitar etanol, gasolina ou a mistura de ambos
César Tizo - setembro 4, 2024
A General Motors (GM) anunciou nesta quarta-feira (4) um investimento de R$ 5,5 bilhões em suas operações no Estado de São Paulo. Este montante faz parte de um aporte total de R$ 7 bilhões que a empresa planeja realizar no Brasil entre 2024 e 2028. Esse movimento estratégico visa modernizar a produção, desenvolver motores híbridos flex e renovar o portfólio da Chevrolet no país. O Brasil será o primeiro mercado da GM no mundo a contar com a tecnologia de propulsão eletrificada bicombustível.
Segundo Santiago Chamorro, presidente da GM América do Sul, o investimento na eletrificação dos modelos da Chevrolet começará pela tecnologia híbrida-leve, com dois modelos já confirmados para estrear este tipo de mecânica no portfólio nacional.
“Vamos iniciar a produção local com dois modelos híbridos-leves, que vão permitir o acesso a esta nova tecnologia a um maior número potencial de consumidores’’, pontuou Chamorro.
A propulsão híbrida-leve é a solução mais acessível em termos de custo dentro das opções de eletrificação. Veículos equipados com esse tipo de sistema contam com um alternador-gerador que alimenta uma pequena bateria dedicada. Embora esse componente não seja capaz de tracionar o veículo de forma isolada, ele incrementa a potência e o torque, auxiliando nas acelerações e retomadas, o que resulta em uma discreta redução no consumo de combustível.
Apenas como exemplo, o CAOA Chery Tiggo 5x Pro Hybrid é um híbrido-leve. A Stellantis, por sua vez, também investirá neste tipo de solução dentro de sua família de plataformas Bio-Hybrid.
A GM estuda ainda nacionalizar a mecânica híbrida plug-in flex, tecnologia que também está nos planos da Toyota para futuros modelos produzidos no Brasil. Além disso, a fabricante norte-americana planeja expandir sua linha de veículos elétricos no Brasil a partir de 2025.
Curiosamente, nesta semana, o internauta Anderson Silva flagrou duas unidades do Chevrolet Tracker circulando em comboio na Zona Leste de São Paulo, possivelmente rumando para a cidade de São Caetano do Sul, onde o SUV compacto é produzido.
O Chevrolet Tracker é um forte candidato a receber a mecânica híbrida-leve flex, considerando que muitos de seus concorrentes deverão oferecer alguma forma de propulsão eletrificada em um futuro próximo. Talvez o facelift do SUV, esperado para ocorrer dentro de dois anos, traga essa evolução mecânica em algumas versões.
Considerando que a Chevrolet Montana compartilha a plataforma com o Tracker e também é produzida em São Caetano do Sul, é possível que a picape acompanhe o SUV e também inaugure uma opção eletrificada. Vamos aguardar.
Este novo ciclo de investimentos coincide com o centenário da GM no Brasil, que será celebrado em 2025. Desde sua chegada ao país, em 1925, a GM já produziu mais de 13 milhões de veículos no Estado de São Paulo, consolidando sua posição como uma das principais montadoras do Brasil.
Em São Caetano do Sul, a GM opera sua sede administrativa e seu Centro Tecnológico, além do Command Center do OnStar. Nessa unidade, são produzidos os modelos Tracker, Spin e Montana. Já em São José dos Campos, a empresa mantém um complexo industrial com seis fábricas, onde são produzidos a S10 e o Trailblazer, além de transmissões, motores e outros componentes.
Na cidade de Indaiatuba, a GM conta com o maior centro de desenvolvimento de veículos do hemisfério Sul, o Campo de Provas da Cruz Alta. A estrutura inclui sete laboratórios e 17 pistas, que realizam mais de 12 mil experimentos por ano. Por fim, a unidade de Mogi das Cruzes produz componentes estampados para as linhas de montagem da GM no Estado, enquanto o centro logístico em Sorocaba recebe, embala, separa e despacha peças produzidas por fornecedores, abastecendo a rede de concessionárias, distribuidores e oficinas autorizadas.
