Gasolina com 30% de etanol não danifica motores e será mais barata
Gasolina com maior teor de etanol pode chegar ao mercado mais barata, fortalecer a economia e diminuir emissões de poluentes
César Tizo - março 18, 2025
A transição para a gasolina E30, que eleva a mistura de etanol anidro de 27% para 30%, promete benefícios diretos para o consumidor e para a economia brasileira. Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a nova composição pode reduzir em até R$ 0,13 o preço do litro da gasolina, ajudando a conter a inflação e fortalecendo a segurança energética do país.
Além do impacto no bolso, a mudança diminuirá a dependência do Brasil em relação ao mercado internacional. A estimativa é de que a redução da importação de gasolina chegue a 760 milhões de litros por ano, o que fortalecerá a produção nacional de biocombustíveis. Com a maior demanda por etanol, o setor deve receber investimentos de aproximadamente R$ 9 bilhões, impulsionando empregos e desenvolvimento tecnológico.
Outro ponto positivo é a contribuição ambiental. O uso do E30 pode reduzir em 1,7 milhão de toneladas as emissões anuais de gases de efeito estufa, o que equivale à retirada de 720 mil veículos das ruas. A iniciativa faz parte da estratégia do governo dentro da lei do Combustível do Futuro (14.993/24), que estabelece diretrizes para a modernização da matriz energética e prevê a possibilidade de ampliação da mistura para até 35%, desde que comprovada sua viabilidade técnica.
Testes
O estudo conduzido pelo Instituto Mauá de Tecnologia avaliou motocicletas e também 16 automóveis, abrangendo motores de 1 a 2.5 litros, tanto aspirados quanto turboalimentados. Foram analisados diferentes sistemas de alimentação, incluindo carburadores, injeção monoponto, injeção multiponto e injeção direta, além de automóveis híbridos. O trabalho foi acompanhado por representantes do setor automotivo, como Anfavea, Sindipeças, Abraciclo e Abeifa.
Em suas conclusões, o Instituto Mauá de Tecnologia e as demais entidades que acompanharam os testes afirmam que, entre os veículos analisados, “não foram observadas diferenças no comportamento dos automóveis que possam ser atribuídas à alteração do combustível, nem impactos na percepção de dirigibilidade do motorista“. Além disso, o relatório destaca que “não houve variação relevante nos ensaios de emissões e consumo“.
A análise também ressalta que, embora tenha sido feita uma seleção criteriosa dos modelos testados, os veículos e motocicletas mais antigos apresentaram variações relacionadas ao tempo de uso, quilometragem e tecnologia empregada, e não ao tipo de combustível utilizado.
“Entende-se que as diferenças encontradas nos testes realizados não representam um empecilho para a adoção do E30“, conclui o Instituto Mauá de Tecnologia.
We use cookies to ensure that we give you the best experience on our website. If you continue to use this site we will assume that you are happy with it.Ok