Aumento do etanol na gasolina pode prejudicar os motores?
Conversamos com a Anfavea para repercutir a aprovação do projeto dos “combustíveis do futuro” no Senado; saiba mais
César Tizo - setembro 9, 2024
Conforme noticiamos no Guru dos Carros, na última quarta-feira os senadores aprovaram o projeto dos “combustíveis do futuro”, que, entre outras medidas, cria programas nacionais de diesel verde, combustível sustentável para aviação e biometano. O objetivo do projeto é contribuir para a redução da emissão de gases de efeito estufa, ajudando a mitigar os efeitos do aquecimento global. Vale ressaltar que o texto passou por modificações no Senado e, por isso, retornará para nova análise na Câmara dos Deputados.
Um dos pontos mais polêmicos entre o público diz respeito ao novo percentual de etanol anidro na gasolina, que será de 27%, podendo variar entre 22% e 35%. Atualmente, a mistura do biocombustível na gasolina pode chegar a 27,5%, com um mínimo de 18% de etanol anidro.
Em paralelo, o diesel de origem fóssil comercializado nos postos também sofrerá alterações. Desde março deste ano, o combustível contém, obrigatoriamente, 14% de biodiesel. Conforme as emendas do projeto dos “combustíveis do futuro”, será possível adicionar um ponto percentual de biodiesel por ano a partir de março de 2025, até atingir 20% em março de 2030, conforme as metas propostas. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) definirá o percentual da mistura, que poderá variar entre 13% e 25%. Para garantir a qualidade do óleo diesel, um regulamento estabelecerá a metodologia para a adoção de um sistema de rastreamento dos combustíveis do ciclo diesel em todos os elos da cadeia produtiva.
O que dizem os fabricantes?
Procurada pelo Guru dos Carros, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) nos enviou prontamente o posicionamento das montadoras instaladas no Brasil sobre o tema.
A associação destaca que “apoia integralmente” o projeto de lei que estimula o uso de combustíveis mais sustentáveis no Brasil.
Quanto à nova formulação dos combustíveis, a Anfavea tranquiliza os consumidores, explicando que o projeto prevê a realização de testes para avaliar eventuais impactos nos motores dos veículos vendidos no Brasil. “Para aumentar a concentração de etanol anidro na gasolina acima de 30%, por exemplo, será necessário realizar ensaios acompanhados pelas montadoras e fornecedores de combustíveis para avaliar os efeitos nos motores“, esclarece a Anfavea.
“Paralelamente, caso haja necessidade de alterações nas proporções dos combustíveis, estaremos sempre dispostos a colaborar na realização dos testes e análises“, complementa a associação. Como os motores flex já são projetados para aceitar gasolina, etanol ou a mistura de ambos em qualquer proporção, eles não serão impactados por eventuais aumentos no percentual de etanol anidro na gasolina comercializada no Brasil. Os testes e ensaios, portanto, deverão se concentrar principalmente nos motores exclusivamente a gasolina, presentes na maioria dos veículos importados ou em automóveis mais antigos.
Em resumo, fica claro que, embora o projeto dos “combustíveis do futuro” estabeleça margens flexíveis para a mistura de etanol anidro na gasolina e biodiesel no diesel fóssil, todo o processo será acompanhado pela indústria, fornecedores de combustíveis e outros agentes do setor, com o objetivo de evitar danos aos motores dos veículos vendidos no Brasil.
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Até que enfim alguém publicou algo “inteligente” sobre o aumento do Etanol à Gasolina.
Parabéns César Tizo.
OBRIGADO
Muito obrigado, Geraldo! Eu que agradeço a audiência!