Ola Källenius defende incentivos para promover a adoção de elétricos e pede revisão do prazo de 2035 na Europa
César Tizo - agosto 15, 2025
O CEO da Mercedes, Ola Källenius, levantou um alerta sobre o futuro dos veículos elétricos na Europa, pedindo que a União Europeia reavalie sua legislação que prevê o fim da venda de carros a combustão até 2035. Segundo Källenius, impor um prazo rígido pode gerar um impacto econômico negativo e prejudicar a transição tecnológica.
Em entrevista ao jornal alemão Handelsblatt, Källenius afirmou: “Precisamos fazer um ‘reality check’. Caso contrário, estaremos indo a toda velocidade contra o muro”. O executivo aponta que consumidores podem correr para comprar os últimos modelos a gasolina ou diesel antes do limite legal, gerando distorções no mercado e aumentando a pressão sobre fabricantes.
O CEO defende uma abordagem tecnológica neutra e baseada em incentivos, ao invés de proibições. Entre as medidas sugeridas estão preços mais baixos em estações de recarga, redução de impostos e maior disponibilidade de veículos híbridos. Ele cita o modelo adotado pela China como exemplo: sem proibição formal, mas com estímulos claros que favorecem o crescimento dos elétricos.
Ola Källenius ocupará em breve a presidência da European Automobile Industry Association (ACEA) e reforça que a indústria europeia deve ser incluída no debate sobre prazos e metas. Ele não é o único executivo a questionar o cronograma: Oliver Zipse, CEO da rival BMW, já considerou o limite de 2035 “irrealista” e alertou sobre a crescente dependência de baterias chinesas caso a legislação seja mantida.
Para Källenius, o caminho ideal é estimular a mudança por meio de incentivos, enquanto a infraestrutura de carregamento, o fornecimento de energia barata e a oferta de carros híbridos ou até mesmo a combustão com propulsores modernos permitem uma transição gradual e sustentável.
